Os olhos do mundo estiveram fixos na tomada de posse de Donald Trump, a 20 de janeiro deste ano. O evento, marcado pela presença de várias figuras de destaque, trouxe consigo críticas ferozes à crescente influência de milionários e bilionários na política norte-americana, algo que Joe Biden, no seu discurso de despedida, classificou como o prenúncio de uma oligarquia nos EUA. Entre os convidados ilustres estava Elon Musk, conhecido apoiante de Trump, que frequentou múltiplos comícios do ex-presidente e fez significativas doações à sua campanha presidencial.
No entanto, o momento mais controverso aconteceu durante o discurso de Musk no evento, onde, num gesto interpretado por muitos como uma saudação nazi do estilo "Sieg Heil", o CEO da Tesla agitou as redes sociais e provocou indignação generalizada. Musk, já uma figura polarizadora, tornou-se alvo de duras críticas.
No meio da polémica, a artista Grimes, ex-companheira de Musk e mãe de três dos seus filhos, acabou envolvida, enfrentando ataques online. Tudo começou quando um utilizador da rede social X (antigo Twitter) anunciou que deixaria de apoiar Grimes devido às ações de Musk. A cantora respondeu: "Não sei o que aconteceu e não vou fazer uma declaração precipitada — não sou cidadã deste país [a artista é do Canada]". Acrescentou, ainda: "É absurdo que alguém possa ser cancelado pelo que o seu ex fez antes mesmo de saber o que se passou. Eu não sou ele. Não vou fazer uma declaração sempre que ele fizer alguma coisa."
While I deeply respect your concern- it is unhealthy that people are this upset when I have not even been online yet today and am only just learning about this controversy now. I don't know what happened and I will not make a rash statement - I am not a citizen of this country.…
Grimes, que no ano passado enfrentou Musk numa batalha legal pela guarda dos filhos, reforçou a sua posição, explicando as suas prioridades: "Para ser clara, podia ir dizer coisas e aparecer numa série de capas de revistas, ser uma heroína feminista e ganhar influência — mas isso não serviria de nada. Eu escolho o bem-estar dos meus filhos. Garanto-vos que não é fácil ser odiada constantemente por coisas que não sei, que não posso prever e que não posso controlar."
Enquanto isso, o gesto de Musk foi defendido por apoiantes republicanos, que o descreveram como uma ação inocente - levantar a mão após a colocar sobre o coração. Contudo, especialistas discordam. Historiadores do fascismo e do neonazismo interpretaram o gesto como um "Sieg Heil" inequívoco. Ruth Ben-Ghiat, professora de história na Universidade de Nova Iorque, afirmou ao The Independent: "Historiadora do fascismo aqui. Foi uma saudação nazi e muito beligerante."
Elon Musk respondeu à controvérsia mas não negou explicitamente que o gesto imitasse uma saudação fascista, aumentando as suspeitas. No entanto, Grimes foi novamente interpelada sobre a sua posição política e afirmou sem hesitação: "Tenho todo o gosto em denunciar o nazismo — e a extrema-direita. Isso ajudaria a esclarecer as coisas?"
I'm happy to denounce Nazi-ism - and the far alt right. Would that help clear things up? I've just gotten out of breakfast and have to catch a flight, and am still debating how to approach things diplomatically because I feel in over my head. But if there's concern about that,…
A polémica continua a alimentar debates nas redes sociais, envolvendo questões de responsabilidade pessoal, prioridades familiares e os limites da culpabilização por associação.