Manchas: no verão previnem-se, depois tratam-se

Muitos banhos de sol depois, setembro está aí à porta e as manchas começam a aparecer, uma a uma, sem aviso prévio. A indústria responde com o lançamento de produtos e as recomendações dos profissionais fazem jus ao ditado popular: prevenir é sempre melhor do que remediar.

Foto: Erik Mclean/Pexels
26 de agosto de 2021 às 07:00 Joana Moreira

O fim da época balnear e as novidades do mundo da cosmética para atacar as manchas não são uma coincidência. No ano passado, por esta mesma altura, foi a Clarins a reforçar a sua oferta de tratamento anti-manchas, com o sérum Bright Plus. Este ano é a Sisley, com o Sisleya L’Intégral Anti-Âge Serum Eclat Anti-Taches. Também não há muito tempo a Caudalie renovou a sua popular linha anti-manchas, a Vinoperfect.

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A oferta está relacionada com a necessidade. É que é após os meses de verão que faz sentido apostar no tratamento das manchas. "A maior parte dos ingredientes que nós usamos para despigmentar são todos eles fotossensibilizantes. O que é que isto quer dizer? Que não podem ser usados durante a exposição solar. E após a exposição é também muitas vezes a altura em que as pessoas se lembram que têm manchas, porque elas de facto hiperpigmentam muito mais aquando da exposição solar", explica Sara Fernandes, farmacêutica e pós-graduada em Cosmetologia Avançada, lembrando que "nós aqui em Portugal temos muita variedade de fotótipos porque somos um país com muita variedade étnica, mas a maior fatia de população está ali entre os fotótipos intermédios que são fotótipos que têm muita tendência a hiperpigmentar de uma forma geral".

Um erro crasso? Não usar protetor solar. "A maior parte das pessoas não usa protetor solar devidamente, nem com a quantidade correta nem com a frequência correta no dia a dia, especialmente nestes meses de maior calor. Consequentemente chega ao final do verão com alguma frustração relativamente à hiperpigmentação", conclui. "Não é sempre assim, mas [o sol] agrava muitas vezes o problema", diz a farmacêutica.

A confrontação com as manchas no rosto no final das férias é muitas vezes o primeiro passo para ir à procura de cuidados especializados. Mas uma das melhores formas de fugir das manchas é agir logo na prevenção.

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Produtos e ingredientes: o que procurar?

O protetor solar parece ser um produto obrigatório para quem se debate com este problema. "Aquilo que aconselho às pessoas que têm hiperpigmentação é que usem o maior fator disponível de proteção solar e que reapliquem sempre que possível. Cada vez que vão à água, ou mesmo com o suor, reapliquem até numa frequência maior do que aquela que é recomendada, que é de duas em duas horas e que evitem ao máximo expor a cara ao sol usando um chapéu, estando à sombra. Ou seja, evitar a exposição solar direta", diz a profissional. O objetivo é, por um lado, evitar o aparecimento de novas manchas, mas também pensar nas já existentes, evitando "que a manche fique o mais escura possível porque, lá está, quanto mais escura ficar mais difícil vai ser reverter esse processo no inverno".

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Além disso, há outros ingredientes - para usar a par do protetor solar – que podem ser bons aliados no combate às manchas, comos antioxidantes. "Já há protetores solares com estes ingredientes até porque as marcas já se aperceberam que existe esta procura. Eu diria toda a categoria de antioxidantes, portanto vitamina C, superóxido dismutase, viniferina, este tipo de antioxidantes, com enzima Q10, que é um bocadinho mais fraquinha, mas que complementam a ação do protetor solar, protegendo a pele de um mecanismo que é o stress oxidativo. Ou seja, ajudam a prevenir a génese da mancha e o próprio envelhecimento, as rugas, a perda de firmeza...", explica.

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Então e as manchas instaladas?

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Para aquelas manchas que não parecem querer desaparecer, a farmacêutica admite que os antioxidantes ajudam "muito discretamente". "Não é o que eu recomendaria porque vai causar alguma frustração na pessoa que espera uma gratificação imediata. Ou seja, quando compras um tratamento anti-manchas esperas ficar sem manchas. E estes ingredientes atuam mais na prevenção do que no ataque", argumenta. No caso de manchas já instaladas, o ideal é mesmo optar por outros ingredientes e apenas nos meses em que não vai estar exposta ao sol – ou seja muito em breve. Nos meses de menor radiação solar pode então atacar com ingredientes como "alfa-arbutin, ácido kójico e adjuvar com os alfa-hidroxiácidos como o ácido glicólico, por exemplo, que fazem uma esfoliação e que dão resultados mais gratificantes se usados em conjunto, porque uma pessoa começa a ver efeitos com mais rapidez."

No entanto, além do universo da cosmética, há também a possibilidade de fazer tratamentos de gabinete para intervir sobre as manchas. "Há aquele tipo de manchas que infelizmente não reage nada bem a tratamentos tópicos. Estas pessoas têm de recorrer a outro tipo de tratamentos, como um laser, para retirar este problema de uma forma mais imediata", lança Sara. "Aí o que recomendo é: se as pessoas tentaram um [produto], tentaram dois [e não resultou], não vale a pena estar a desperdiçar dinheiro em cremes despigmentantes muito caros. Mais vale guardar esse dinheiro, usar cuidados de pele básicos e investir numa sessão ou duas de laser e ficar com o problema resolvido muito mais rapidamente", sugere.

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