Pedro Kol: "O kickboxing dá mais confiança às mulheres"
Esta quinta, 21 de dezembro, decorre em Lisboa o Never Give Up – o maior evento de kickboxing alguma vez organizado em Portugal, com 13 combates. Falámos com Pedro Kol, um dos organizadores, sobre a modalidade e os seus benefícios para mulheres.
Foto: DR20 de dezembro de 2023 às 15:44 Madalena Haderer
Nem toda gente estará de acordo, mas poucas coisas conseguem ser relaxantes e entusiasmantes em igual medida como uma boa sessão de pancadaria - com responsabilidade, claro. E principalmente se estivermos só a ver. Se partilha desta opinião, saiba que no dia 21 de dezembro vai decorrer o Never Give Up, o maior evento de kickboxing alguma vez organizado em Portugal, com um total de 13 combates num único espectáculo. Terá lugar no Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, e foi organizado pela Academia Kolmachine, com o apoio da promotora internacional V Boxing Promotions. Pedro Kol, fundador da Academia Kolmachine, sagrou-se campeão europeu de kickboxing precisamente neste evento. E, desta vez, quem sabe o que vai acontecer? Se quiser descobrir, os bilhetes estão à venda na Academia Kolmachine e na Ticketline, com preços entre os 25 e os 100 euros.
Se, por outro lado, o kickboxing a atrai como forma de se exercitar, saiba que é, de facto, uma excelente ideia. Esta vossa jornalista da Máxima fez, em tempos, algumas sessões domésticas de kickboxing e está em posição de informar que é uma boa forma de descobrir músculos cuja existência se desconhecia – no dia seguinte, estava dorida em sítios que não imaginei que pudessem doer, a menos que os agredisse com a esquina de uma mesa, ou com um pneu de autocarro ou, talvez ainda, rebolando escada abaixo. O que é certo é que o kickboxing gasta bastantes calorias, faz suar em bica, tonifica, melhora a coordenação motora e é uma excelente forma de libertar a tensão de um dia de trabalho.
Se quiser, até pode montar um saco de pancada em casa e colar-lhe as caras das pessoas a quem gostaria de dar uns sopapos – gasta mais calorias e é capaz de ser mais divertido. Um aviso: se puser a cara da sua sogra, lembre-se de a tirar de lá antes do Natal.
Numa entrevista rápida por escrito – afinal, o homem tem de se preparar para o torneio – falámos com Pedro Kol, que nos confirmou que o kickboxing é, de facto, uma excelente modalidade para mulheres.
O que o fez querer ser lutador e treinador de kickboxing? Como é que tudo começou?Nos anos 90, com o boom das artes marciais na televisão, fiquei logo obcecado e a querer praticar e ser igual aos grandes mestres. Daí até hoje é o que se sabe (risos).
Como se prepara mentalmente, naqueles segundos antes de um combate?Respirar fundo e a voz interior tem de ser sempre de força, sempre a puxar para cima. É um grande exercício de concentração e foco.
Qual foi a lesão mais grave que já sofreu?Uma rotura do menisco, uma semana antes de disputar o Título Mundial.
O que acontece quando lesiona gravemente um adversário em luta? Já lhe aconteceu?Nunca me aconteceu, felizmente.
Já se encheu de raiva por um adversário inadvertidamente?Talvez momentaneamente… Mas só quando não cumprem as regras. Lembro que uma vez me morderam no ringue.
O kickboxing é uma atividade recomendável para mulheres? Que benefícios pode ter para elas? Imagino que a autodefesa seja um benefício. Há outros? De saúde física e mental, por exemplo? Quais?Claro que sim. Fisicamente, é óptimo para tonificar. Em relação à parte mental, sinto que, principalmente para as mulheres, lhes dá muita mais confiança para enfrentar o dia a dia.
Há muitas mulheres a eleger esta modalidade? Sente que o interesse na modalidade se está a difundir entre as mulheres?Muitas mesmo. Mesmo na parte de competição a Academia Kolmachine tem mais campeãs mulheres do que homens. Diz muito sobre a sua entrega e prestação na modalidade!
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Um dos grandes medos de quem experimenta é o de partir o nariz. E, no entanto, sabemos que o Ricardo Araújo Pereira pratica kickboxing e todas as semanas o vemos com a cara intacta. É só por ser para ele, ou há formas de evitar este tipo de lesão?A maior parte das pessoas que treina na academia não faz a parte de combate, que não é obrigatório. E muita gente faz como o Ricardo – um treino que é feito com potência controlada. Óbvio que, para quem faz competição a sério, é um risco. Agora, em relação a partir o nariz… Eu próprio já o parti cinco vezes.