Inês Pedrosa: “também na literatura, o facto de ainda se falar em quotas significa que a paridade não foi atingida”

A curadoria literária do Festival Internacional de Cultura está a cargo da escritora Inês Pedrosa. Entrevistámo-la para saber mais sobre os bastidores de toda a programação desta 3ª edição.

Foto: Nuno Ferreira Santos
07 de setembro de 2017 às 10:00 Rita Silva Avelar

Qualquer trabalho exige, além de genuíno gosto pela área, um conhecimento específico e aprofundado. Trabalho desde 1983 com livros e escritores: comecei como jornalista no JL e sempre trabalhei no universo da cultura. Durante 6 anos fui programadora de uma casa de cultura onde organizei inúmeros eventos: festivais, congressos, exposições e espectáculos variadíssimos. Gosto de juntar pessoas e parece-me cada vez mais essencial criar espaços de debate e diálogo, estimular o pensamento e a prática da leitura. Procurei juntar escritores que têm afinidades entre si em conversas moderadas por jornalistas experientes e conhecedores. A escrita é um trabalho solitário; a curadoria é um trabalho solidário, de equipa, de abertura ao mundo, de serviço público. 

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Sem solidão não se pode escrever, mas pessoalmente entendo que estar atenta ao trabalho dos outros me ajuda a manter a sanidade mental e, eventualmente, a melhorar como escritora.  

Penso simplesmente nos temas de cada autor, no que é central na obra de cada um. Este ano, procurei concentrar cada tema em dois verbos. 

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Escrever, ler e pensar são as forças motrizes do mundo: é preciso lembrar a potência que as palavras têm.

Depois de publicados, os livros deixam de nos pertencer: cada leitor tem direito à sua leitura.

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