Hollywood já não é exclusivamente americano (nem europeu)

A fusão de nacionalidades em Hollywood é uma tendência cada vez mais relevante, numa altura em que falamos em diversidade, igualdade de oportunidades e de representativade feminina. A Sétima Arte não é excepção.

08 de junho de 2020 às 07:00 Rita Silva Avelar

Nos anos dourados de Hollywood foram a francesa Claudette Colbert, as suecas Ingrid Bergman e Greta Garbo, a alemã Marlene Dietrich, a inglesa Elizabeth Taylor, as italianas Sophia Loren e Gina Lollobrigida, a irlandesa Maureen O’Hara, a escocesa Deborah Kerr, as mexicanas Dolores del Rio e Katy Jurado, a espanhola Sara Montiel, a suíça Ursula Andress, entre outras, as esplendorosas atrizes de ascendência não americana de quem o mundo ocidental falava.

Na era mais contemporânea da Meca do Cinema, o mesmo furor tem sido suscitado por outras belas atrizes como, a título de exemplo, a mexicana Salma Hayek, a brasileira Sônia Braga, a italiana Monica Belluci, a francesa Marion Cotillard, a australiana Cate Blanchett, a sul-africana Charlize Theron, a espanhola Penélope Cruz ou a ucraniana Milla Jovovich. As novas musas do cinema e também da televisão que arrebatam os papéis principais e secundários deixaram de ser apenas europeias ou americanas e os talentos sobressaem dos quatro cantos do globo.

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Quem são os rostos da nova geração de atrizes e quais arrebatam papéis principais? Prestes a estrear Americanah, uma minissérie baseada no livro de Chimamanda Ngozi Adichie, Lupita Nyong’o (Cidade do México, 1983) sobressaiu em 12 Anos Escravo, tendo arrecadado o Óscar de Melhor Atriz Secundária com esse filme emocionante, de 2013. Não menos dramático é o premiado filme Cold War – Guerra Fria, de 2018, onde a polaca Joanna Kulig (Krynica-Zdrój, 1982) se destaca de forma brilhante. Kulig é, agora, uma das protagonistas da nova série da Netflix, The Eddy, dirigida por Damien Chazelle, sobre a vida dos artistas de jazz, em Paris.

A cubana Ana de Armas (Santa Cruz del Norte, 1988) será Marilyn Monroe em Blonde, de Andrew Dominik. Até ao final do ano, vê-la-emos em Deep Water, com Ben Affleck, por quem se apaixonou nas filmagens e com quem vive um romance na vida real. Por sua vez, a australiana Margot Robbie (Dalby, Queensland, 1990) será a nova musa de Greta Gerwig em Barbie, filme sem data de estreia.

Elizabeth Debicki (Paris, 1990) integra o elenco de Tenet, o aguardado filme de Christopher Nolan, que estreará em 2020. Filha de pai polaco e de mãe australiana, Debicki destacou-se, pela primeira vez, em O Grande Gatsby, de 2013, e mais recentemente desempenhou um magnífico papel como Virginia Woolf em Vita & Virginia, de 2018.

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Para as mulheres, ainda à procura de um lugar ao sol também na Sétima Arte, o futuro poderá estar mais perto de ser um lugar onde cabem todas as nacionalidades e talentos do mundo.

Um novo talento

Made in Israel

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Entre os novos talentos é particularmente notável a prestação da israelita Shira Haas (Hod HaSharon, 1995) em Unorthodox, a série da Netflix em que esta jovem revelação condensa todas as emoções do mundo numa pequena e frágil, mas determinada, personagem para narrar uma história de liberdade, coragem, fatalidade e dor. Em Asia, da realizadora israelita Ruthy Pribar, Shira Haas interpreta Vika numa história sobre amor e sacrifício. Este filme inclui-se na competição internacional do Festival de Cinema de Tribeca que este ano se junta a We Are One, uma iniciativa de cinema global que decorre no YouTube, entre 29 de maio e 7 de junho, e que reúne 20 festivais internacionais, incluindo os de Veneza, de Cannes e de Berlim.

Foto: @ana_d_armas 1 de 4 Ana De Armas
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Foto: Netflix 2 de 4 Shira Haas
Foto: D.R. 3 de 4 Elizabeth Taylor
4 de 4 Margot Robbie
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