‘Time’ elege as 100 mulheres mais influentes do século
Em antecipação ao Dia Internacional da Mulher, que se assinala este domingo, 8 de março, a revista preparou uma edição especial e escolheu uma "mulher do ano" todos os anos desde 1920.

A revista Time publicou um especial 100 Women of the Year, no qual destaca uma lista com 100 referências femininas da história global nos últimos 100 anos. De Marilyn Monroe a Frida Kahlo, passando por Simone de Beauvoire e Nancy Pelosi, a revista explicou que, ao longo de 72 anos – desde 1927 –, assinalou apenas o "Homem do Ano", passando em 1999 a celebrar a "Pessoa do Ano".
Embora o nome tenha mudado, muitas vezes a escolha acaba por ser um homem, geralmente um presidente ou primeiro-ministro ou talvez um titã de uma indústria com influência sobre o mundo. Para tentar corrigir o desequilíbrio histórico, a publicação – que só homenageou mulheres individualmente cinco vezes: Wallis Simpson (1936), Isabel II (1952), Corazon Aquino (1986), Angela Markel (2015) e Greta Thunberg (2019) – criou estas capas especiais. Estas são as 100 Mulheres do Ano da última década:

1920: As sufragistas (destaque para as cinco mulheres que lutaram pelo voto feminino nos Estados Unidos da América: Carrie Chapman Catt, Alice Paul, Lucy Burns, Zitkala-Sa e Ida B. Wells-Barnett)
1921: Emmy Noether (matemática e física alemã)
1922: Xiang Jingyu (uma das primeiras mulheres membros do Partido Comunista da China e pioneira do feminismo no país)

1923: Bessie Smith (cantora norte-americana, a "imperatriz do blues")
1924: Coco Chanel (ciradora francesa)
1925: Margaret Sanger (escritora, sexóloga e enfermeira, conhecida por ser militante pelo controlo da natalidade nos EUA)

1926: Aimee Semple McPherson (norte-americana fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular)
1927: Rainha Soraya Tarzi (monarca consorte do Afeganistão, ativista pelos direitos humanos)
1928: Anna May Wong (atriz norte-americana, a primeira grande estrela de ascendência asiática no cinema norte-americano e a tornar-se uma estrela internacional)
1929: Virginia Woolf (escritora britânica)
1930: Martha Graham (coreógrafa e dançarina norte-americana que revolucionou a história da dança moderna)
1931: Maria Montessori (educadora, médica e pedagoga italiana)

1932: Babe Didrikson (atleta norte-americana do golfe, basquete, basebol e corrida)
1933: Frances Perkins (socióloga e Secretária do Trabalho dos EUA)
1934: Mary McLeod Bethune (educadora que abriu a primeira escola particular para negros nos EUA)

1935: Amelia Earhart (pioneira na aviação dos EUA, foi a primeira mulher a fazer um voo a solo no Atlântico, a voar a maior distância sem parar e a fazê-lo no menor tempo possível)
1936: Wallis Simpson (Duquesa de Windsor, mulher de Eduardo VIII do Reino Unido)
1937: Soong Mei-ling (primeira-dama da China entre 1948 e 1975)

1938: Frida Kahlo (pintora mexicana)
1939: Billie Holiday (cantora de jazz norte-americana)
1940: Dorothea Lange (fotógrafa norte-americana)

1941: Jane Fawcett e a equipa que decifrou as mensagens encriptadas durante a Segunda Guerra Mundial
1942: As mulheres dos movimentos de Resistência da Segunda Guerra Mundial (destaque na capa para quatro delas: Miep Gies – que escondeu Anne Frank e a sua família –, Haviva Reik e Hannie Schaft – que lutaram contra os nazis – e Hannah Szenes, que salvou judeus)
1943: Virginia Hall (espiã norte-americana que teve um papel importante na Segunda Grande Guerra)
1944: Recy Taylor (ativista afro-americana que denunciou violações e mobilizou o movimento pelos direitos civis dos negros)
1945: Chien-Shiung Wu (cientista que trabalhou no Projeto Manhattan, ajudando a desenvolver a bomba atómica)
1946: Eva Perón (primeira-dama da Argentina)
1947: Amrit Kaur (Ministra da Saúde do governo indiano)
1948: Eleanor Roosevelt (primeira-dama dos EUA)
1949: Simone de Beauvoir (escritora e filósofa feminista francesa)
1950: Margaret Chase Smith (senadora norte-americana)
1951: Lucille Ball (comediante norte-americana, pioneira através da sitcom I Love Lucy)
1952: rainha Isabel II (Rainha do Reino Unido e de quinze outros estados independentes, os Reinos da Comunidade de Nações, além de chefe da Commonwealth, formada por 53 estados)
1953: Rosalind Franklin (química britânica, conhecida pela sua contribuição para o estudo do ADN)
1954: Marilyn Monroe (atriz e cantora norte-americana)
1955: As mulheres que protestaram contra a segregação racial nos autocarros norte-americanos após a detenção da ativista Rosa Parks
1956: Golda Meir (fundadora e primeira-ministra do Estado de Israel)
1957: Irna Phillips (argumentista norte-americana, a "rainha das novelas")
1958: China Machado (modelo, escritora e produtora de TV norte-americana)
1959: Grace Hopper (almirante da Marinha dos EUA e analista de sistemas, criadora da linguagem de programação Flow-Matic)
1960: As irmãs Mirabal (as activistas Patria Mercedes Mirabal, Minerva Argentina Mirabal e Antonia María Teresa Mirabal, que se opuseram contra a ditadura de Rafael Leónidas Trujillo na República Dominicana)
1961: Rita Moreno (atriz, vencedora do Óscar por West Side Story - Amor Sem Barreiras)
1962: Jacqueline Kennedy (primeira-dama norte-americana)
1963: Rachel Carson (bióloga marinha e escritora norte-americana, considerada pioneira do ambientalismo)
1964: Barbara Gittings (ativista norte-americana pelos direitos LGBTQ+)
1965: Dolores Huerta (líder trabalhista norte-americana)
1966: Stephanie Kwolek (química norte-americana, criadora do Kevlar)
1967: Zenzile Miriam Makeba (cantora e ativista contra o apartheid)
1968: Aretha Franklin (cantora norte-americana, a "rainha do soul")
1969: Marsha P. Johnson (líder trans da luta pelos direitos LGBTQ+, incitadora da rebelião de Stonewall)
1970: Gloria Steinem (jornalista norte-americana, ativista feminista)
1971: Angela Davis (professora e socióloga norte-americana integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras)
1972: Patsy Takemoto Mink (deputada pelo Havai, primeira pessoa não-caucasiana eleita ao Congresso norte-americano)
1973: Jane Roe (pseudónimo de Norma McCorvey. Liderou o processo legal que acabaria por levar o Supremo Tribunal dos Estados Unidos a reconhecer o direito constitucional a interromper uma gravidez)
1974: Lindy Boggs (membro da Câmara dos Deputados dos EUA e mais tarde como embaixadora dos Estados Unidos na Santa Sé. Foi a primeira mulher eleita para o Congresso da Louisiana)
1975: As mulheres norte-americanas no auge do movimento feminista
1976: Indira Gandhi (primeira-ministra da Índia)
1977: Judith Heumann (ativista pelos direitos das pessoas com deficiência)
1978: Lesley Brown (primeira mulher a dar à luz a um bebé concebido pela fertilização in vitro)
1979: Tu Youyou (farmacologista chinesa, descobriu substâncias usadas para tratar a malária)
1980: Anna Walentynowicz (ativista trabalhista, "mãe" da independência polonesa)
1981: Nawal El Saadawi (escritora feminista egípcia)
1982: Margaret Thatcher (primeira-ministra britânica)
1983 Françoise Barré-Sinoussi (virologista francesa que ajudou a identificar o HIV, Vírus da Imunodeficiência Humana)
1984: Bell Hooks (escritora e teórica feminista norte-americana)
1985: Wilma Mankiller (primeira mulher a chefiar a Nação Cherokee, ativista pelos direitos indígenas)
1986: Corazon Aquino (presidente das Filipinas após a derrubada da ditadura de Ferdinand Marcos)
1987: Princesa Diana (Princesa de Gales, aristocrata, filantropa e a primeira esposa de Carlos, Príncipe de Gales)
1988: Florence Griffith Joyner (atleta norte-americana, considerada a mulher mais rápida da história)
1989: Madonna (cantora e atriz norte-americana)
1990: Aung San Suu Kyi (política burmanesa, vencedora do Prémio Nobel da Paz)
1991: Anita Hill (advogada norte-americana que denunciou o assédio de Clarence Thomas, juiz da Suprema Corte)
1992: Sinead O'Connor (cantora irlandesa)
1993: Toni Morrison (escritora norte-americana, vencedora do Nobel de Literatura de 1993 por seus romances pungentes, que relatam as experiências de mulheres negras nos Estados Unidos durante os séculos XIX e XX)
1994: Joycelyn Elders (pediatra, primeira mulher negra a ser nomeada Cirurgiã-Geral dos EUA)
1995: Sadako Ogata (Alta Comissária das Nações Unidas para os Refugiados entre 1991 e 2001)
1996: Ruth Bader Ginsburg (juíza da Suprema Corte dos EUA)
1997: Ellen DeGeneres (atriz e comediante norte-americana, que gerou discussão nacional ao se assumir lésbica publicamente)
1998: J.K. Rowling (escritora, criadora da saga Harry Potter)
1999: Madeleine Albright (Secretária de Estado dos EUA)
2000: Sandra Day O'Connor (juíza da Suprema Corte dos EUA)
2001: Wangari Maathai (professora e ambientalista queniana)
2002: As denunciantes (Cynthia Cooper, Colleen Rowley e Sherron Watkins, que expuseram fraudes e ilegalidades nos seus locais de trabalho)
2003: Serena Williams (tenista norte-americana)
2004: Oprah Winfrey (apresentadora e atriz norte-americana)
2005: Melinda Gates (cientista de computação, filantropa e mulher de Bill Gates)
2006: Ellen Johnson Sirleaf (presidente da Libéria entre 2006 e 2018)
2007: Lilly Ledbetter (ativista que denunciou a empresa Goodyear por pagar menos às funcionárias mulheres)
2008: Michelle Obama (primeira-dama dos EUA)
2009: Malala Yousafzai (atvista paquistanesa, a mais jovem de sempre a vencer do Prémio Nobel da Paz, em 2014)
2010: Nancy Pelosi (deputada norte-americana)
2011: Tawakkol Karman (política e ativista pelos direitos humanos no Iémen)
2012: Pussy Riot (grupo musical de punk rock feminista e ativista russo)
2013: Patrisse Cullors, Alicia Garza e Opal Tometi (fundadoras do movimento Black Lives Matter)
2014: Beyoncé Knowles-Carter (cantora e atriz norte-americana)
2015: Angela Merkel (chanceler alemã)
2016: Hillary Rodham Clinton (política norte-americana)
2017: As quebradoras de silêncio do movimento #MeToo, com destaque a Rose McGowan, Susan Fowler e Taylor Swift
2018: Maria Ressa (jornalista e autora filipina)
2019: Greta Thunberg (ativista e ambientalista sueca)
