Catarina Falcão: “É preciso educar as pessoas a respeitarem os músicos e esta profissão”
Conversámos com uma das irmãs Golden Slumbers, Catarina Falcão, que acaba de se lançar a solo com o projeto MONDAY.
06 de março de 2018 às 13:06 Rita Silva Avelar
Estávamos em 2013 quando começámos a ouvir as vozes de Catarina e Margarida Falcão, com o seu projeto folk Golden Slumbers. No ano seguinte, a dupla apresentou-se ao público nacional com o EP I Found The Key, de onde ressoou o tema My Love Is Drunk, que as acabaria por levar a ser as estrelas dos Novos Talentos FNAC de 2014. Em 2015, acabariam por ser nomeadas para o prémio Artista Revelação de 2015 dos Portugal Festival Awards, um reconhecimento que lhes deu amplitude musical para depois lançarem, no ano seguinte, o disco de longa duração The New Messiah – onde brilha uma versão de É Preciso Que Eu Diminua, um original de Samuel Úria.
MONDAY é o novo projeto de Catarina Falcão, uma descoberta (e viagem) pela sua sonoridade individual, sem nunca se afastar das influências folk alternativas que a lançaram na música nacional, há cinco anos. Prestes a apresentar MONDAY, Falcão fala à Máxima deste novo projeto, com o álbum One.
Como começou a sua história com a música?
Andei desde pequena em coros e depois comecei a ter aulas de guitarra. Também costumava (e costumo) cantar com as minhas irmãs e, pronto, sempre existiu essa relação próxima com a música.
Laura Marling, Solange, Fleetwood Mac. Mas há muitos mais, obviamente. Estes são os mais imediatos.
E agora brinda-nos com MONDAY. Porquê este nome? Como surgiu a vontade de cantar a solo?
A ideia de MONDAY surgiu há dois anos, quando tive de tocar num concerto das Golden Slumbers sem a Margarida, que ficou doente à última, e decidi introduzir umas quantas músicas minhas. Senti-me bem a fazê-lo e a partir daí comecei a trabalhar com o António Vasconcelos Dias no disco.
O nome foi depois de muita procura, e lembrei-me de MONDAY. Acho que, apesar da conotação não muito feliz, tem um som giro. E gosto de segundas-feiras.
Que inspiração encontrou para este primeiro álbum, One?
O One é um disco muito autobiográfico, com dramatismo claro, mas são histórias de quem está nos seus early 20s.
Qual tem sido o feedback de quem ouve a voz da Catarina, no projeto MONDAY?
Tem sido bom e, mais do que isso, estou muito feliz com o resultado do disco, desde as canções aos arranjos, à banda e ao artwork. O feedback de mim para mim está a ser bom.
Os portugueses valorizam mais os projetos musicais nacionais, em relação ao que acontecia há cinco anos?
Na maior parte dos dias acho que sim, mas não o suficiente. Há muito a fazer ainda e é preciso "educar" as pessoas a respeitarem os músicos e esta profissão, que muitos não tomam por séria.