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Alex D’Alva Teixeira & Carlão: tudo sobre a maior batalha musical do ano
Os dois artistas portugueses e hosts do evento Red Bull Music Culture Clash contam à Máxima tudo o que vai acontecer na maior guerrilha sonora portuguesa a acontecer no dia 2 de março, no Coliseu de Lisboa.

Uma noite, 30 artistas portugueses, quatro crews. No dia 2 de março, o Coliseu dos Recreios recebe uma batalha sonora que reúne artistas portugueses em quatro equipas ? é a segunda edição da Red Bull Music Culture Clash. Os artistas portugueses Alex D’Alva Teixeira e Carlão, hosts do evento e ambos concorrentes da primeira edição, conversaram com a Máxima sobre a diversidade da cultura musical portuguesa, nos últimos anos, a par do evento. Mas não só: explicaram como tudo vai acontecer no dia 2 de março.
Vocês vêm de duas gerações distintas, duas gerações em que a importância e a visibilidade da música nacional tiveram impactos diferentes, em tempos diferentes. Como é que cada um percecionou isso?

Carlão: Não seria fácil fazer uma coisa destas há 15 ou 20 anos, o próprio público não estaria tão ligado e não seria possível fazer desta forma. Hoje em dia, no mundo da música, estamos muito mais ligados uns aos outros. As colaborações existem de forma muito maior, todos participamos nas coisas uns dos outros – mesmo de áreas diferentes – e há muito mais coisas a acontecer. Quando o [Pedro] Abrunhosa lança o Viagens (1994) e aparece com aqueles óculos e aquela roupa e tem aquele sucesso que tem, criou-se ali algo que até à altura ainda não se tinha visto em Portugal. Uma pop star que não existia. Fiquei contente porque os portugueses estavam mesmo a prestar aquela veneração a um português. Desde então até agora as coisas mudaram e evoluíram para melhor. Nesse aspeto não sou nada saudosista porque reconheço que as coisas estão melhores para os músicos e para os fãs.
Alex D’Alva Teixeira: A Internet mudou o jogo completamente porque tornou a questão da música muito mais democrática. Não falando num aspeto global mas mesmo de artistas nacionais, há vários por onde escolher. Não há só dois ou três a cantar rap ou rock, e não estamos limitados ao que vemos na televisão. E até mesmo para quem está a fazer música, consegue chegar a mais pessoas com outra facilidade.
Enquanto artistas portugueses, hoje, sentem que os próprios portugueses ouvem mais música nacional?

C: Hoje em dia temos muitos nomes que hoje são conhecidos por todo o país sem tocar na rádio, o que era uma coisa impensável há 15 anos. Ou sem um contrato discográfico, porque meteram a música na Internet e ela foi vista, ouvida, partilhada e de repente chegou às pessoas e teve um sucesso incrível. Esta plataforma gigante que é a Internet dá-nos acesso a mais coisas. Quando eu era muito puto, queria um disco e tinha de o encomendar e esperar que chegasse. Agora acordo, saiu um novo álbum do Drake, faço logo download.
A: Por um lado, é menos dispendioso consumir e fazer música. Na minha banda, fazemos os discos em casa, vamos para um estúdio em situações pontuais quando queremos e fazemos questão de ir. Hoje em dia, a tecnologia facilita muito as coisas (…) e qualquer miúdo que faz um beat, carrega no Sound Cloud, vai a Red Bull Music Academy e está a tocar fora do seu país de origem – isso é das coisas mais bonitas, para mim.
Qual é o vosso papel enquanto hosts do Red Bull Culture Clash (desafiadores de regras e agitadores de corpos)?

A: Enquanto hosts estamos a conduzir a noite, mas também temos a tarefa de verificar se cada uma das crews cumpre as regras e se as coisas correm conforme devem. [No ano passado] quando me disseram que ia acontecer pela primeira vez, acho que fiquei mais entusiasmado por o evento acontecer em Portugal, com músicos portugueses, do que propriamente por ser o host.
C: Na primeira edição fiz parte da crew do Branko, foi uma grande experiência e acabamos por vencer a competição. E agora não estava à espera do convite, mas fiquei contente porque tinha a noção do que era o evento e não consegui fluir como queria porque estava em competição. Agora, vou assistir de uma posição privilegiada.
Quais são as vossas apostas no que respeita a equipas vencedoras?

A: Há artistas de que eu não conheço o trabalho na íntegra. E dos que eu não conheço, decidi não fazer pesquisa para ser ainda mais surpreendido e se calhar vou sair de lá fã de alguns deles. A minha expectativa é de ser surpreendido.
Há uma diversidade de géneros musicais muito grande e há quatro crews… num total de quase 30 artistas. Para os próprios artistas, qual é o peso disso na criatividade de cada um?
C: É altamente enriquecedor que estas coisas aconteçam. Eu acredito muito na mestiçagem. Cada vez mais esse é o caminho e eu sou um produto de uma geração que chamou a si várias culturas, misturou e baralhou. Daí, vamos sempre evoluindo para algo mais rico, consciente, desafiante e inteligente.

A: Há várias sinergias muito importantes que vão acontecer neste evento, como a crew PAUS e Pedras que mistura vários universos como rock com música alternativa, rap e hip-hop. Ou Ultramar, em que uma figura icónica do pop português (Rui Pregal da Cunha) convida os novos nomes da música alternativa ou do novo rock português. Ou a Capicua, que decide fazer uma crewmaioritariamente feminina. Impressionou-me, por exemplo, ter-me dito que não era uma questão de estratégia mas sim por ela sentir que o mais provável era as outras crews não terem tantas mulheres, então ela iria chamar as mulheres que ela considera serem mais vibrantes. E por fim Richie Campbell com a Bridgetown, que são mesmo uma família e que têm uma ligação maior com a cultura sound clash. E provavelmente também têm uma vertente cultural que terá o seu peso. Isso tudo são coisas que farão desta noite uma noite rica, culta e diria até com ressonância política.
As crews do Red Bull Music Culture Clash são:
Capicua e Guerrilha Cor-de-rosa (Capicua, DJ D-One, M7 aka Beatriz Gosta, Ana Bacalhau, Eva Rap Diva, Marta Ren e Blaya).

PAUS e Pedras (Joaquim Albergaria, Hélio Morais, Fábio Jevelim, Makoto Yagyu, DJ Glue, Mike El Nite, Holly Hood e Silk).
Richie Campbell apresenta Bridgetown (Richie Campbell, Mishlawi, General Gogo, Luís Franco Bastos, Ben Miranda, Dengaz, Plutonio, DJ Dadda, Dodas Spencer e Afonso Ferreira).
Rui Pregal da Cunha apresenta Ultramar (com o histórico vocalista dos Heróis do Mar a juntar-se aos Capitão Fausto, Memória de Peixe e Throes + The Shine).

O evento decorre a 2 de março no Coliseu de Lisboa, das 20h30 à meia-noite (com after-party), e os bilhetes, quase a esgotar, estão disponíveis aqui.

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