O nosso website armazena cookies no seu equipamento que são utilizados para assegurar funcionalidades que lhe permitem uma melhor experiência de navegação e utilização. Ao prosseguir com a navegação está a consentir a sua utilização. Para saber mais sobre cookies ou para os desativar consulte a Politica de Cookies Medialivre
Prazeres

Operafest 2022: o festival de ópera regressa a Lisboa

De 19 de agosto a 10 de setembro, o evento pensado pela diretora artística Catarina Molder quer continuar a apostar em grandes clássicos e em obras contemporâneas. Nesta edição, volta a ter o apoio da Máxima.

A carregar o vídeo ...
Operafest Lisboa 2022
17 de agosto de 2022 às 15:12 Ana Filipa Damião

Após duas edições desafiantes – a primeira por ser a estreia e a segunda devido à pandemia – o Operafest está de volta ao Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Tal como nos anos anteriores, trata-se de um festival de ópera "fora da caixa" que cruza tradição e vanguarda, numa programação de verão abrangente e dedicada a diferentes públicos, dos entendidos aos curiosos, dos mais jovens aos mais séniores. A opera, um género teatral que por norma era apreciado pelas classes mais altas encontra-se agora a meros metros de todos os amantes de bons espetáculos.

"Chegamos a um maior número de pessoas porque já não temos o distanciamento social, já se pode beber uma taça de champanhe nos intervalos", explica em tom divertido Catarina Molder, diretora artística do evento, à Máxima. "Pela primeira vez temos um título dos grandes, do mestre italiano Verdi, além de uma ópera logo seguida de rave, um programa duplo irresistível para rematar o festival."

Foto: D.R

Assim, Destino em Vertigem é o mote do Operafest de 2022 que, num trocadilho de palavras, propõe com humor o regresso da máscara, mas numa versão de fantasia. "Achei que depois da pandemia, a ideia do destino que nos ultrapassa e ao qual não podemos escapar – tão recorrente na ópera – que vem da tradição da tragédia grega, fazia todo o sentido", conta Catarina Molder. "A ideia é também jogar com a catarse da máscara, daí arrancarmos e terminarmos com Bailes de Máscaras. Todas as óperas têm subjacente este destino vertiginoso, quer seja pelos amores impossíveis ou pela própria condição humana."

Foto: Operafest Lisboa

Contudo, criar um evento desta dimensão não é tarefa para os fracos de espírito, e há que saber ter os pés bem assentes na terra. "Como arrisco sempre dinheiro do meu bolso, já que dependemos ainda muito da bilheteira, têm sempre de ser óperas e compositores que não só são fantásticos como eu os adoro. Não vou arriscar algo que não me diz grande coisa, até porque primeiro tenho de estar apaixonada para fazer com que os outros se apaixonem", continua. É por isso que a estreia acontece com Um Baile de Máscaras de Verdi (como acima referido), apresentada pela última vez em Lisboa há mais de vinte anos.

Também as crianças poderão experienciar as maravilhas da ópera com Jeremias Fisher, de Isabelle Aboulker, algo que não foi possível realizar-se nas edições passadas. "O principal problema é o subfinanciamento, andar a contar os tostões e ver o máximo que conseguimos fazer e viabilizar com parte significante da bilheteira. Gostava de ter uma política muito mais ampla de descontos para jovens, principalmente para o Grande Clássico, a ópera mais dispendiosa." Ainda assim, está disponível um número limitado de bilhetes com 40% de desconto, o que tem contribuido bastante para a presença de faixas etárias mais novas.

A não perder

Um Baile de Máscaras (1859), de Giuseppe Verdi

Foto: Operafest Lisboa

"Musicalmente maravilhosa e muito entusiasmante", aborda a recorrente ideia do destino fatal. É inspirada no assassinato do Rei da Suécia e fala-nos de um triângulo amoroso que acaba na morte do monarca, às mãos do seu melhor amigo, precisamente durante um baile de máscaras. Conta com a direção cénica de Sandra Faleiro, sob a direção musical do maestro Jan Wierzba, e com o tenor português Carlos Cardoso ao lado da soprano Catarina Molder, da meio-soprano Cária Moreso e do barítono Christian Luján.

Quando? 20 a 26 de agosto, às 21h

Jeremias Fisher (2007), de Isabelle Aboulker

Foto: Operafest Lisboa

Pela primeira em três anos, o Operafest apresenta uma obra dedicada ao público jovem, marcando a estreia do Ciclo Público do Futuro. Jeremias Fisher conta a história de um menino diferente dos outros, aqui apresentada na versão portuguesa de Luís Rodrigues, com encenação da coreografa Silvia Real.

Filho de uma família de pescadores, Jeremias, que ao nascer sob o signo de peixes, vai-se transformando num menino-peixe enquanto cresce, até ao dia em que tem de ir viver para oceano. "Uma metáfora para a transformação que todos nós sofremos ao longo do crescimento, em que deixamos de ser crianças dependentes dos nossos pais, para sermos adultos que precisam de partir para a sua própria vida".

Quando? 1, 2 e 3 de setembro, às 21h

O Homem dos Sonhos (2022), de António Chagas Rosa + Rave Operática

Foto: Operafest Lisboa

Criado a partir do conto homónimo de Mário Sá-Carneiro, gira em torno dos limites da condição humana e do poder premonitório e estruturante do sonho, e conta com uma encenação explosiva de Miguel Loureiro. Logo a seguir, dá-se o momento alto da noite, e também aquele que encerra mais uma edição do evento. Uma rave que junta o carnaval italiano e o mundo da ópera e da música pop num só. E claro…a máscara é obrigatória!

Quando? 10 de setembro, das 21h às 23h

Com produção da Ópera do Castelo, o Operafest Lisboa tem como mecenas principal o BPI e a Fundação "La Caixa", contando ainda com a parceria da Câmara Municipal de Lisboa e do MPMP – Património Musical Vivo, bem como com o apoio do programa Caixa Cultura. Bilhetes e outras informações disponíveis aqui

As Mais Lidas