Podemos comer alimentos depois do fim do prazo de validade?
Nem sempre a data no rótulo significa que o alimento já está perdido. Saber interpretar as indicações e reconhecer sinais de deterioração pode fazer a diferença entre o desperdício e o consumo seguro.

Há um momento comum a quase todas as cozinhas: abrir o frigorífico, pegar num iogurte ou num pacote de massa e reparar que a data no rótulo já passou. Surge a dúvida inevitável: deitamos fora ou ainda se pode aproveitar? A resposta não é tão linear quanto parece e tem muito a ver com a forma como interpretamos as datas de validade que aparecem nos alimentos. Em Portugal e na União Europeia existem duas menções distintas que nem sempre são compreendidas pelos consumidores e é precisamente essa confusão que leva muitas vezes a um desperdício desnecessário.
A indicação "consumir até" refere-se à data limite de consumo e aplica-se a produtos altamente perecíveis como carne fresca, peixe fresco ou refeições prontas refrigeradas. Neste caso não há margem de manobra: depois da data indicada, o alimento não deve ser ingerido porque a sua segurança já não é garantida. A outra indicação, "consumir de preferência antes de", refere-se à data de durabilidade mínima e diz-nos até quando o produto mantém a melhor qualidade. Passado esse prazo pode perder crocância, aroma ou cor, mas continua geralmente seguro desde que tenha sido bem conservado. Aqui o bom senso aliado a um pequeno teste sensorial - olhar, cheirar e provar um pouco - é suficiente para perceber se o alimento ainda está próprio para consumo.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem insistido nesta distinção e a Comissão Europeia tem desenvolvido estudos sobre o impacto da confusão das datas no desperdício alimentar. Muitos consumidores, por receio, deitam fora alimentos que ainda poderiam ser consumidos em segurança. De facto, a interpretação errada das datas é uma das principais causas de desperdício doméstico e combater esse hábito exige mais informação, mas também confiança nos sentidos.
Saber identificar quando um alimento está estragado é fundamental. No caso dos ovos, por exemplo, há um truque simples: mergulhá-los em água fria. Se afundarem e ficarem deitados estão frescos, se ficarem de pé devem ser consumidos rapidamente e se flutuarem é sinal de que já não estão em condições. O pão dá sinais evidentes através do bolor. Sempre que surgem manchas esverdeadas ou azuladas o melhor é deitar fora a peça inteira, já que o fungo se espalha de forma invisível. Os iogurtes exigem atenção redobrada: tampas abauladas, cheiro ácido demasiado intenso ou presença de mofo indicam que não devem ser consumidos. Nos queijos frescos, a viscosidade e os odores estranhos são sinais claros de deterioração, enquanto nos queijos curados alguns bolores superficiais podem ser normais, mas cores estranhas ou cheiros desagradáveis não deixam dúvidas. Também a carne e o peixe transmitem sinais inconfundíveis quando já não estão próprios: cheiro a amoníaco, textura viscosa ou cor acastanhada são razões suficientes para não arriscar.
Ao aprender a distinguir entre datas de validade e a confiar nos nossos sentidos, evitamos riscos para a saúde e, ao mesmo tempo, contribuímos para reduzir o desperdício alimentar. É uma atitude que beneficia não só o bolso de cada um, mas também o ambiente. Afinal, a diferença entre deitar fora e aproveitar com segurança está muitas vezes numa leitura atenta do rótulo e numa observação cuidadosa do próprio alimento.

Quer largar o açúcar de vez? Estas são as 7 melhores alternativas para matar os desejos, segundo uma nutricionista
São conhecidos os malefícios da ingestão de adoçantes refinados, mas é difícil fugir-lhes. Estão aqui algumas alternativas que podemos adotar de modo a evitá-los.
O leite "saudável" que afinal não é assim tão bom para a saúde
Durante anos, o leite de aveia foi promovido como uma alternativa saudável ao leite de vaca, especialmente para quem procura uma opção vegetal. No entanto, investigações recentes sugerem que esta escolha pode não ser tão benéfica como se pensava.
O que é preciso fazer para ter os abdominais de Carolina Patrocínio e Pimpinha Jardim?
Quando o assunto é a definição abdominal no feminino, existem muitas ideias sem fundamento que vamos adotando como certas. Temos de abdicar dos hidratos de carbono? Vamos ficar sem menstruação? Falámos com a Fisiologista do exercício Mariana Pinto para perceber como podemos, afinal, alcançar este tipo de resultados.