O nosso website armazena cookies no seu equipamento que são utilizados para assegurar funcionalidades que lhe permitem uma melhor experiência de navegação e utilização. Ao prosseguir com a navegação está a consentir a sua utilização. Para saber mais sobre cookies ou para os desativar consulte a Politica de Cookies Medialivre
Prazeres

La Junqueira, um atelier de residências artísticas escondido em Lisboa

A artista francesa Stéphane Mulliez apaixonou-se por Lisboa (quem não?) e inaugurou, em 2018, um espaço de residências artística junto ao rio. Entrámos no 286 da Rua da Junqueira para espreitar o trabalho da própria e de alguns dos talentos que por lá passaram.

Foto: Stephane Chalangeas
11 de agosto de 2021 às 07:00 Rita Silva Avelar

Desde que se mudou para Lisboa, há seis anos, que a francesa Stéphane Mulliez tentava encontrar o lugar perfeito para transformar em atelier e organizar residências artísticas. Era o seu sonho, conta, sem esconder o entusiasmo ao lembrar como foi descobrir - finalmente - um sítio onde expressar a sua arte e dar lugar à dos outros. 

Foto:

O número 286 da Rua da Junqueira é uma antiga escola e  mantém os encantos das casas ao estilo renascentista, com azulejos típicos portuguses que ainda permanecem intactos, além dos tetos altos e vestígios discretos da Lisboa de outros tempos. À entrada, notamos num quadro em particular, com uma colagem e uma frase, que mais tarde Stéphane nos revela ser uma das suas obras. 

View this post on Instagram

A post shared by La Junqueira (@lajunqueiraresidency)

No piso inferior fica um estúdio, para os artistas que fazem residência durante três meses (o que acontece duas vezes ao ano, na primavera e no outono), um escritório, uma sala ampla, uma cozinha aberta e um pátio exterior. Por aqui já passaram nomes como a dupla Ouazzani & Carrier ou Kevin Rouillard, e a portuguesa Inês Zenha, a estreante da residência, em 2018. Durante a residência, o artista tem livre arbítrio para viver em pleno na casa. 

Nas salas do piso superior há uma biblioteca, uma sala dedicada às exibições e um atelier, neste momento ocupados por Stéphanie, que se dedica à sua marca de cerâmicas de inspiração grega.

Foto:

"Estou muito feliz por estar a fazer este trabalho. Queremos ajudar os artistas a expressar-se", conta à Máxima, no pátio exterior da La Junqueira. 

Foto:

"A última artista, ceramista, convidou um dançarino para dançar sobre a sua obra", diz, acrescentando que no fim da residência há duas regras: é Stéphane quem escolhe os artistas que realizam a experiência (há sempre um open call nas redes sociais) e o artista eleito escolhe uma obra para deixar na residência. 

 

Especialmente dedicada à serigrafia e impressões, Stéphane Mulliez nasceu em Lille, e a galeria La Ferronnerie de Paris apresenta as suas obras."Neste ponto da minha vida tinha mais tempo, e queria de certa forma transmitir a minha vida e a minha experiência [aos outros]. Continuo a trabalhar no meu próprio universo artístico. Sempre fiz obras inspiradas na Arquitetura, com colagens de revistas, geometrias, mas desde que estou em Lisboa tenho trabalhado mais com cerâmicas e desenhos."

View this post on Instagram

A post shared by Alice (@aliceguittard)

View this post on Instagram

A post shared by Alice (@aliceguittard)

Foto:

A próxima residente é Alice Guittard, também francesa, que cria peças a partir de mármore, e que se prepara para ir à feira de arte contemporânea ART-O-RAMA, em Marselha. O seu trabalho envolve um minucioso processo de corte, escultura e paciência, já que Alice faz combinações com vários tipos de mármore, inspirando-se em objetos mundanos com um toque místico.  

Foto:
As Mais Lidas