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Prazeres

Exposições de arte urbana para descobrir até ao fim do ano

Até 30 de dezembro, a galeria lisboeta Underdogs recebe duas intervenções artísticas. Um passeio pela Antiguidade Clássica, pelo movimento contemporâneo, e por uma das tradições mais antigas de Portugal.

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Grafitti e azulejaria portuguesa: exposições de arte urbana para descobrir antes do fim do ano
30 de novembro de 2022 às 19:49 Ana Filipa Damião

Deixar-se deslumbrar pelas galerias de arte do país é sempre boa ideia no que toca a programas com amigos, namorados ou uma tarde em família. Na capital lisboeta, a Underdogs, que dá a conhecer os trabalhos de artistas nacionais e internacionais ligados à arte contemporânea de inspiração urbana, recebe duas novas intervenções artísticas nas suas salas.

Na área principal da galeria nasce a Used to Be, da dupla espanhola PichiAvo, reconhecida pela sua capacidade de estabelecer relações entre diversos domínios - arte, arquitetura, cultura e sociedade - rejeitando o egocentrismo do graffiti tradicional e fundindo motivos da arte clássica com a urbana contemporânea. A exposição arranca de forma pouco usual, com uma Online Viewing Room que permite a compra direta das peças expostas através do website da Underdogs. 

Foto: Pichiavo

Trata-se de um conjunto de obras inéditas, criadas exclusivamente para a ocasião, que ligam assim as linguagens do graffiti contemporâneo e da arte clássica greco-romana. Movimentos à partida incompatíveis, mas que se complementam na perfeição. Através de três conjuntos de peças - bustos fragmentados, fragmentos de parede com pinturas e fragmentos de parede com desenhos - os artistas procuraram representar um simulacro, como se, na pele de arqueólogos, tivessem descoberto diversos artefactos que agora estão expostos para análise, artefactos estes que exibem a passagem inevitável do tempo. A ideia é que os visitantes reflitam sobre o património artístico, a sua conservação e longevidade, o seu valor e importância histórica. Aquilo que é e aquilo que aparenta ser. Fica a questão no ar: daqui a 100 anos, em que estado estarão as obras de arte criadas hoje?   

A par disso, Pichi e Avo colaboraram com Vhils (Alexandre Farto) numa peça única que também estará em exposição.

Foto: @Chriscost.a

Até ao fim do ano, a Underdogs recebe também a exposição do artista português Onun Trigueiros (integrante do coletivo  Unidigrazz), a Renascimento Street. Uma ponderação sobre o significado da tradicional azulejaria portuguesa, mas feita de um modo especial. Em vez de retratar personagens históricas nos azulejos, o artista escolheu pintá-los com partes do quotidiano que o rodeia, momentos da sua rotina na periferia de Lisboa. Por outras palavras, um destaque do que há de "feio" nas ruas cinzentas de Sintra, localidade onde nasceu, cresceu e ainda hoje vive, e dos transeuntes que por lá passam. 

Foto: @Chriscost.a

Renascimento Street divide-se em três conjuntos de peças que representam as diferentes fases do processo criativo de Onun Trigueiros - esboços em papel, painéis de azulejos e painéis de azulejos em MDF, um material derivado de madeira. O resultado é um diálogo entre passado e presente, entre tradição e inovação, entre o marginal e o normativo. 

Foto: @Chriscost.a
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