Analora, a nova galeria de arte decorativa de Lisboa
Numa rua movimentada no coração da capital, estão "escondidas" as peças feitas à mão da Galeria Analora. Criações únicas que prometem dar vida a qualquer casa, com preços desde os 20 euros. Conversámos com a fundadora.

Escondida entre as pequenas lojas da Rua de São Bento, no coração da capital lisboeta, encontramos a Galeria Analora, recheada de peças de decoração ecléticas para todos os gostos e carteiras. Reúne criações feita à mão tanto de artistas portugueses como de artistas estrangeiros, tudo nomes conceituados da área como António Vasconcelos Lapa, Almerinda Gillet ou Fabienne Auzolle.
Anne-Laure Pilet, natural de França e residente em Portugal, é a mente por trás deste espaço, e também quem faz a curadoria das obras. "Quando faço a seleção das peças, tento encontrar artistas com histórias para contar, em que cada peça tem uma história e um significado." Os critérios são claros: criações refinadas, elegantes (mas não do género bling bling, como nos disse), originais, criativas e que não sejam mainstream. O colorido aspeto das pequenas esculturas e pendentes de parede não é a única coisa que captou o nosso olhar, mas também o valor das peças, que podem ir dos 20 euros até aos 4 mil euros. "A minha seleção não leva em conta o preço, mas sim a criatividade, a relação com os artistas, o que quero oferecer aos clientes", esclarece a fundadora.


Trabalhou durante vinte anos nas melhores agências de publicidade de Paris e com fotógrafos de renome. Por circunstâncias da vida, mudou-se para a China devido ao emprego do marido, onde trabalhou durante seis anos no intercâmbio cultural sino-francês com um artista chinês. O casal vive em Portugal há três anos e foi Anne-Laure que escolheu o destino. "Sabia que havia algo de especial neste país. Mesmo que nunca tivesse cá estado antes, tive a sensação de que era o país para mim, por causa da qualidade de vida, da luz e também da educação old school. As pessoas respeitam as regras, é sossegado. Abrir uma galeria de arte decorativa na China era muito complicado, lamentou a curadora.



A Analora abriu apenas em setembro do ano passado, mas o negócio está de vento em popa. Mais do que um espaço de exposição, é um local de convívio e de partilha de experiências. "Queria trazer algo bom para a alma e para as pessoas porque por vezes a vida é difícil e penso que o nosso lar é muito importante. E também é importante para a alma estarmos rodeados de peças bonitas", conta Anne-Laure. "Acho que estarmos rodeados de boas peças faz-nos felizes." É uma alegria da vida, tal como "quando comemos algo delicioso."

Inevitavelmente, a conversa desviou-se para temas que têm vindo a marcar o nosso dia a dia – a importância da saúde mental e o consumismo. "Conseguimos ver que durante a pandemia as pessoas começaram a tratar mais da sua casa e que é necessário estarmos em paz e à vontade no ambiente onde vivemos. Penso que a a forma de pensar está a mudar com a pandemia. Não querem comprar coisas só por comprar. Querem algo que possam manter [durante muito tempo] e que as faça felizes."


As obras são maioritariamente de cerâmica, de porcelana, barro e arenito, e encontram-se à venda presencialmente e no site da galeria. Nos próximos meses, Anne-Laure irá continuar a dar vida à Rua de São Bento com a introdução de peças novas e artistas talentosos. E, talvez um dia, levar a arte decorativa portuguesa além fronteiras. Para já, podemos apreciar a instalação de espelhos de Valerie Lebrun este mês, e em maio os trabalhos de Vanessa Barragao, Iva Viana, Antonio Vasconcelos Lapa e Almérinda Gillet na feira Lisbon by Design.

Decoração, Inspiração, Arte decorativa, Galeria Analora
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