5 séries de televisão que retrataram o cancro da mama tal como ele é
As séries falam da vida e o cancro da mama pode fazer parte dela.

Quem não se lembra de Samantha a enfrentar o espelho e a rapar o cabelo na casa de banho? O Sexo e a Cidade deu palco ao cancro da mama, assim como outras séries que marcaram as últimas décadas da televisão. Alguns episódios terão ajudado a consciencializar a sociedade para a doença, outros, pelo menos, terão alertado mais mulheres para o assunto. Percorremos algumas das séries televisivas que abordaram este tema, com todas as suas particularidades.

Vai haver choro. É praticamente inevitável sendo-se fã da série dramática, que retrata uma família e todas as dinâmicas da animada-conflituosa-real vida familiar. Quando já se criaram laços com as personagens, na quarta temporada, Kristina Braverman (Monica Potter) recebe o temido diagnóstico. Durante vários episódios vemos como uma mulher batalha com a doença, perdendo o cabelo, submetendo-se a quimioterapia, lidando com tudo o que o cancro da mama pode implicar. As boas notícias chegam no final da temporada, quando Kristina está finalmente de perfeita saúde. Mas até lá o espetador sofre (e chora).

Só Samantha Jones (Kim Cattrall) para descobrir que tem cancro da mama graças a uma consulta para uma mamoplastia para colocar silicone. Aquela que é uma das séries mais populares do mundo, escolheu abordar o tema precisamente através de uma das suas personagens mais carismáticas de sempre. O resultado é um uma cena épica, com um discurso icónico e empoderador em que se convidam as mulheres a libertarem-se das perucas e a assumirem-se sem cabelo. É possível descobrir ou redescobrir tudo na última temporada de SATC, disponível na HBO.

A série, que em Portugal está na Netflix, tratou do cancro da mama da personagem de Xiomara (Andrea Navedo) com delicadeza. Mantido em segredo durante algum tempo, o momento da revelação à família acontece na quarta temporada e é emotivo, pelo que mais vale ter os lenços por perto. Em Jane the Virgin aborda-se o diagnóstico, os diferentes passos da doença, as escolhas difíceis, a quimioterapia, até a fé. Fala-se de cirurgia preventiva à mesa de jantar. Mostra-se como uma família lida com tudo o que o cancro da mama implica. Claro, há uma dose de drama a que nenhuma telenovela (um registo do qual Jane the Virgin se aproxima) foge, mas há também um realismo na importância do apoio familiar impossível de negar.

A história de Playing House, sobre duas melhores amigas que se unem para criar o bebé de uma delas, é baseada numa amizade real. As protagonistas são altamente inspiradas nas criadoras da série de comédia, que são nada mais nada menos do que… as atrizes da série. É na terceira temporada que Emma (Jessica St. Clair) descobre que tem cancro da mama, algo inspirado na vida da própria St. Clair. Só que o que Playing House traz de diferente para o pequeno ecrã é uma abordagem leve, descomplicada, e acima de tudo, não estereotipada da doença. Não há música triste pronta para nos pôr a chorar. Atenção: continuamos a falar de cancro, mas não deixa de ser com um espírito bem-humorado de uma série que até neste tema vai ser capaz de nos sacar uma gargalhada. Se é a realidade nua e crua de quem sofre com cancro da mama? Não. Se vemos uma cabeça rapada e manifestações físicas que nos confrontam com a dureza da doença? Também não. Mas impele-nos a refletir sobre o poder da amizade nos momentos mais difíceis.

Não passou de um susto, mas terá sido das primeiras menções ao cancro da mama numa série de televisão. Embora seja difícil mesurar o impacto de um detalhe destes num programa televisivo, a semente estava lançada para que mais mulheres, sobretudo jovens, se familiarizassem com o assunto. Logo na primeira temporada, Brenda descobre um caroço na mama depois de ver um artigo sobre autoexame. Apesar de a jovem sair do hospital aliviada, a mensagem da importância da vigilância e deteção precoce estava passada.
