A moda portuguesa está a passar por um momento de efervescência, com uma nova geração de designers a desafiar as convenções e a redefinir o panorama da indústria. Estes jovens criadores emergentes trazem uma abordagem inovadora e intimista ao design, refletindo as suas vivências e explorando narrativas pessoais que se conectam com o público de forma emocional. Neste artigo, abordamos alguns dos nomes mais promissores da Moda contemporânea portuguesa, cujas propostas artísticas demonstram a versatilidade e o potencial da Moda como forma de expressão cultural.

Çal Pfungst, marca de Gonçalo, é um nome em ascensão no cenário da moda portuguesa, conhecido pela criação de carewear – um conceito que vai além da funcionalidade da roupa e que se foca na criação de uma relação quase espiritual entre a peça e quem a veste. Através de uma abordagem sensorial e emocional, Pfungst concebe as suas coleções como portadoras de memórias e sentimentos. Cada peça é pensada para ser um prolongamento do corpo, uma extensão da identidade de quem a usa. Esta "roupa poliamorosa" transcende o ato de vestir, tornando-se uma companhia fiel e sensível. Em termos de design, Pfungst aposta em peças que exploram a fusão entre o conforto e a audácia estilística, ao mesmo tempo que constrói uma narrativa pessoal, na qual a interação entre a roupa e o corpo se transforma num diálogo íntimo e expressivo.

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Já Filipe Augusto, formado pelo Modatex Porto, é um designer que alia a tradição da moda portuguesa à inovação. O seu percurso é marcado por importantes reconhecimentos, como o prémio FashionClash Festival e a vitória no concurso Sangue Novo da ModaLisboa, onde destacou-se pela primeira vez em 2017. Augusto mistura referências culturais portuguesas com uma visão contemporânea e universal, criando peças que dialogam com a nossa herança e, ao mesmo tempo, projetam uma visão para o futuro. As suas criações são detalhadas e sofisticadas, revelando um profundo respeito pela construção e pela técnica. É tambem um formador, tendo colaborado com o Modatex, através do qual inspira e transmite o seu conhecimento a novas gerações de criadores.

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Bárbara Atanásio, formada em Têxteis pela Escola António Arroio e em Design de Moda pelo Modatex Lisboa, explora um trabalho multidisciplinar que une upcycling, desconstrução e humor, trazendo à moda uma abordagem única e conceptual. A sua criação atravessa temas como a utopia da memória e a reinvenção do quotidiano, sempre com um toque de ironia e autenticidade. Estagiou com Valentim Quaresma e Marques‘Almeida e tem participado ativamente no Mercado P’la Arte desde 2022. Em março de 2024, a sua originalidade e inovação foram reconhecidas ao vencer o prémio ModaLisboa x RDD Textiles no concurso Sangue Novo, destacando-a como uma das promessas da moda sustentável e provocadora em Portugal.

Formado pela Middlesex University e com uma experiência marcante como Menswear Designer na ASOS, Filipe Cerejo traz para a moda masculina uma abordagem que vai além da estética. Evoca emoções e explora a Moda como meio para expressar sentimentos e identidade. O seu trabalho tem sido reconhecido em plataformas como o British Fashion Council e a ModaLisboa, onde recebeu o prémio Polimoda. Cerejo acredita na importância de uma narrativa coesa e sofisticada, em que cada peça é uma extensão de uma história maior, que abraça a complexidade das emoções humanas. A sua visão para a moda masculina é refrescante, desafiando estereótipos e apostando numa estética que é ao mesmo tempo sedutora e intencionalmente disruptiva.

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Fundada por Diogo Mestre em 2023, a Mestre Studio explora o poder das memórias na moda, principalmente através do knitwear e da desconstrução de técnicas tradicionais. Diogo, com uma formação em escultura, traz uma abordagem artística ao design de moda, inspirando-se em narrativas nostálgicas que convidam o espectador a refletir sobre as suas próprias memórias. O knitwear torna-se assim num meio para explorar texturas, técnicas e a herança cultural portuguesa. A Mestre Studio, embora recente, já demonstra uma identidade forte e distinta, que promete marcar presença na moda portuguesa com a sua abordagem emocional e profundamente ligada ao passado, mas sempre com um olhar voltado para o futuro.

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Estes cinco criadores representam uma amostra da riqueza e diversidade do panorama atual da moda portuguesa. Cada um, à sua maneira, revela uma faceta única deste universo: desde a intimidade e sensibilidade das criações de Çal Pfungst, passando pela mestria técnica e a visão global de Filipe Augusto, a expressividade emocional de Filipe Cerejo, até à exploração das memórias e das técnicas tradicionais pela Mestre Studio e à provocação estilística e sustentável de Bárbara Atanásio. Juntos, mostram que a moda portuguesa está mais viva do que nunca, com um futuro promissor que se desenha através de narrativas pessoais e de um respeito profundo pela arte de criar roupa.

A moda em Portugal está, portanto, a traçar um novo caminho, marcado pela criatividade, autenticidade e uma ligação profunda com as raízes culturais. Estes designers emergentes são a prova de que a Moda é mais do que uma forma de vestir: é uma linguagem complexa, onde se expressam identidades e se constroem histórias, desafiando o espectador a sentir e a pensar. É um momento empolgante para a moda portuguesa, que promete continuar a surpreender e a inspirar.

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