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Moda / Tendências

Bordeaux. A cor que emana luxo - e como combiná-la

Os juízes da Moda já decidiram, esta é a cor que marcará as estações mais frias.

Foto: Getty Images / Collage: Safiya Ayoob
14 de outubro de 2024 às 15:16 Safiya Ayoob

O verão teve a sua onda de brancos e cores mais pastéis, mas é o outono que reinará com a sua cor vermelha. Aqui não nos referimos a um vermelho vivo dos quadros de Vittore Carpaccio nem ao vermelho Ferrari, mas sim ao que se funde com o roxo, misturando-se e produzindo um tom mais para o bordeaux. Como refere um artigo da Refinery29, este não é o tom que encontramos num vestido feito para ser sexy, mas sim naquele que consegue assemelhar-se e entranhar-se com as tendências Quiet Luxury e Mob Wife.

Foto: Getty Images

O bordeaux é um tom profundo e sombrio de vermelho, por vezes descrito como castanho-avermelhado ou até mesmo clarete. A sua complexidade torna-o difícil de definir com precisão, mas é precisamente essa ambiguidade que o torna fascinante. Oficialmente, o nome foi atribuído em 1891, inspirado pelo vinho francês Bordeaux, conhecido pelo seu vermelho escuro e rico, evocando outras variedades robustas como o cabernet e o merlot. Além da sua associação com o vinho, o bordeaux tem uma longa história ligada ao poder e ao prestígio. Na Antiguidade, imperadores e governantes usavam esta cor para demonstrar autoridade, e mais tarde, na Europa do século XVIII, o bordeaux tornou-se um tom popular entre a nobreza, adornando trajes luxuosos e até tapeçarias. A sua profundidade cromática evoca emoções de intensidade e mistério, características que foram exploradas em obras de arte como French Riverscape (1829) de Peraire Paul Emmanuel e Rolla (1876) de Henri Gervex. Estas pinturas destacam-se pela habilidade em captar o drama e a melancolia através do uso magistral do bordeaux, tornando-o um símbolo de elegância e de uma certa melancolia aristocrática.

Foto: Getty Images

Quando falamos em Moda, o bordeaux é um tom que nunca passa despercebido. No início do século XX, esta cor foi associada ao luxo e à opulência, frequentemente usada por ícones de estilo como Coco Chanel e Elizabeth Taylor. Durante os anos 70, o bordeaux foi adotado pelos movimentos boémios e alternativos, simbolizando rebeldia com elegância. Hoje, a cor é presença constante nas coleções de outono-inverno de grandes casas de Moda, como Valentino e Gucci, que reinterpretam o bordeaux com cortes modernos e texturas ricas. O bordeaux adapta-se a várias estéticas, do clássico ao contemporâneo, tornando-se um tom versátil e sofisticado que transcende gerações e tendências.

Foto: Getty Images

Com a finalização dos desfiles de Moda para a primavera-verão 2025, foi possível analisar a presença desta cor em vários desfiles, como foi o caso da nova coleção desenhada por Sabato de Sarno, diretor criativo da Gucci. Desde a sua entrada na casa italiana, De Sarno atualizou o tom de vermelho anteriormente utilizado por Alessandro Michele, dando à nova cor o nome de Gucci Rosso Ancora, a sua interpretação do vermelho "inspirada no interior do elevador do Hotel Savoy, onde Guccio Gucci trabalhou como porteiro", conta a Vogue britânica. Outras marcas também prestaram homenagem a este tom, designado pela Pantone como Windsor Wine, como foi o caso da coleção de outono-inverno 2024 de Victoria Beckham e da Tods.

Foto: Getty Images

A cor bordeaux é mais do que uma escolha cromática; é uma afirmação de estilo e um retorno ao luxo atemporal. Este tom, que se equilibra entre o drama e a sofisticação, promete marcar a estação mais fria com a sua presença enigmática e versátil. Seja nos casacos de lã, nas malhas aconchegantes ou nos acessórios, o bordeaux promete trazer uma profundidade e elegância que transcende as tendências passageiras, estabelecendo-se como o verdadeiro protagonista deste outono-inverno.

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