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Moda

Kim Kardashian veste silhueta icónica de Madonna, mas tapa os mamilos

O vestido de Jean-Paul Gaultier, que a cantora tornou célebre em 1992, ganhou uma versão mais contida no corpo da influencer. Somos mais puritanos agora?

Foto: Getty Images
07 de julho de 2022 às 18:57 Máxima

Aconteceu na última quarta-feira, em Paris, durante a apresentação da coleção de alta costura que Olivier Rousteing assinou para a Jean-Paul Gaultier como designer convidado. Kim Kardashian sentou-se entre a sua filha North West e a diretora da Vogue norte-americana Anna Wintour. A sua silhueta acabou por passar despercebida (dentro do possível para uma Kardashian) e muitos pensaram que usava um vestido novo com a aura de Gaultier. Na verdade, a influencer voltou a revisitar um clássico da história da Moda, depois de ter desencantado (e destruído?) o vestido de Marilyn Monroe, quando se apresentou na última Met Gala.

Foto: Getty Images

Kim Kardashian escolheu desta vez um clássico desenhado por Jean Paul Gaultier, e usado por Madonna em 1992 – se não era o mesmo, era idêntico. Mas ao contrário de Madonna, Kim tapou os seios que se revelavam na silhueta original. Passaram-se quase 30 anos desde a gala de beneficência organizada pela amFar (tinha o objetivo de sensibilizar e recolher fundos na luta contra a SIDA) em que a cantora usou o icónico vestido. Vivia-se o momento mais dramático da pandemia, pelo mundo morriam milhares de pessoas e muitos líderes mundiais recusavam abordar o tema da doença, que continuava a esbarrar no preconceito, atrasando, assim, um eventual tratamento ou cura. Jean-Paul Gaultier organizou então o evento em Los Angeles, onde desfilaram inúmeras personalidades como a atriz Faye Dunaway ou o cantor Billy Joel. Madonna fechou o desfile e chocou o mundo.

Perante uma audiência de 6 mil pessoas, a cantora fez aquilo que Kim não foi capaz de fazer em 2022. Atravessou a passerelle tapada com um casaco masculino, e à boca de cena, com público em delírio, despiu-se revelando os seios. Não tinha qualquer tipo de tecido para os cobrir.

Os jornais, na altura, ditaram o fim da sua carreira, tinha ido longe demais por se exibir daquela forma. A cantora começava apenas a introduzir um dos seus trabalhos mais controversos, um mês depois seria lançado o livro sobre as suas fantasias sexuais, Sex (1992) fotografado por Steven Meisel. Madonna celebrava assim o corpo feminino, falava de sexualidade hétero ou homossexual em prime-time.

Foto: Getty Images

Ontem ao ver a reinterpretação de Kim Kardashian de uma silhueta tão icónica a questão surgiu de forma natural. Em 2022 os mamilos de uma mulher continuam a chocar o mundo? Porque continua o Instagram a censurar as imagens que descobrem o peito feminino? Terá sido por isto que Kim se tapou, ela a mulher mais fotografada atualmente, despindo-se sem revelar o corpo todo? E que narrativa tenta a influencer contar? Apropriando-se de silhuetas tão icónicas como as de Marilyn ou Madonna, o mundo superficial onde se move Kim procura conteúdo.

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