“As sandálias mais exclusivas de sempre” são uma provocação à moda de luxo
Já imaginou uma espécie de Birkenstock levadas à letra? Estes sapatos são feitos de couro de uma (ou várias) carteiras Hèrmes.
video.9bc2601.mp4
09 de fevereiro de 2021 às 12:16 Máxima
"Estamos simplesmente fascinados em destruir coisas caras e criar algo novo com elas", afirma Daniel Greenberg, de 23 anos, coordenador de estratégia do MSCHF, referindo-se a mais um objeto de luxo projetado pelo coletivo artístico de Brooklyn, sediado no bairro de Williamsburg.
Para quem não está familiarizado, o MSCHF foi fundado em 2016, e todas as segundas e quartas segundas-feiras de cada mês lança mais um objeto único, idealizado ao pormenor.
A ideia é criticar empresas de renome como a Amazon, o Facebook, a Tesla ou mesmo a Nike, recorrendo á sátira. Por exemplo, quando criaram os "jesus shoes", uns ténis Nike com a sola azul, uma alusão à água benta (a sola parece àgua). O propósito maior é, sem dúvida, despertar consciências, ao mesmo tempo que de uma forma divertida ironiza a sociedade consumista e suprimida pelas empresas de maior dimensão. Há quem discorde, atenção, afinal não se pode agradar a todos.
Quanto às "Birkinstock" (Birkin + Birkenstock) Lucas Bentel, de 28 anos, um dos diretores criativos da marca refere ao The New York Times que "as carteiras Birkin são como um meme cultural, um símbolo para um certo tipo de riqueza", e que neste caso o objetivo foi "transformá-las num objeto realmente acessível".
Esta relíquia de sandália é, pois, feita por encomenda, já que brincar aos simbolismos não sai barato a qualquer um: podem ir de 28 mil a 63 mil euros, e variam consoante o número de calçado. Exato, foi a nossa reação. Foram utilizadas carteiras Birkin reais mas algumas oficinas especializadas em couro recusaram mesmo o projeto, como avança o TNYT. Esta peça mantém a uma sola original da Birkenstock de cortiça e borracha, mas a parte superir é feita de couro, recorrendo a partes de uma ou várias Birkins.
Parece que a MSCF conseguiu o que mais queria: estar nas bocas, ou nos pés, do mundo.