Polanski absolvido de difamação
A atriz britânica Charlotte Lewis acusou o realizador de a ter violado em 1983, quando tinha 16 anos. Polanski disse tratar-se de uma "mentira atroz". Na sequência disso, Lewis apresentou queixa nos tribunais franceses por difamação. O processo chega agora ao fim com a absolvição do realizador.

Um tribunal francês absolveu, hoje, o realizador Roman Polanski da acusação de difamação de que foi alvo, depois da atriz britânica Charlotte Lewis o ter acusado de a ter violado quando tinha 16 anos. Lewis tem hoje 56 anos, pelo que a alegada violação terá ocorrido há 40 anos, quando Polanski tinha 50. Durante o seu testemunho em tribunal, em março, Charlotte Lewis disse ter sido alvo de uma "campanha difamatória" que "quase destruiu" a sua vida, depois de ter vindo a público falar sobre o abuso de que foi alvo nos anos 80. "Ele violou-me", disse Lewis perante o tribunal. Interessa, porém, sublinhar que Polanski não estava em tribunal pela violação, mas pela difamação e que foi disse crime que foi absolvido.
Foi em 2010 que Charlotte Lewis falou, pela primeira vez, em público do que diz ter passado às mãos do realizador, acusando-o de a ter abusado "da pior maneira possível" em Paris, no ano de 1983, quando viajou para lá para um casting que levou à sua participação no filme Pirates, que saiu em 1986. Em 2019, questionado pela revista francesa Paris Match sobre esta acusação, Polanski disse tratar-se de uma "mentira atroz" e, de acordo com a revista, apresentou uma cópia de um artigo de 1999 do tabloide inglês News of The World, que já não existe, onde Lewis dizia que "queria ser amante dele", referindo-se a Polanski. A atriz ripostou que a citação não estava correta e avançou para tribunal.


Na sua acusação, Charlotte disse que a entrevista que deu ao jornalista Stuart White, do News of The World, não foi a entrevista que saiu no jornal. White, de resto, foi chamado a depor e disse que a atriz tinha concordado que o artigo tivesse um ângulo de "menina má" ["vice girl", no original] e que não se lembrava se ela tinha pedido para aprovar a versão final do texto, acrescentando que a entrevistou duas vezes, depois de o jornal ter pago 30 mil libras pelos direitos exclusivos. Por seu lado, Charlotte garante que só descobriu o artigo anos depois de este ser publicado.


A atriz britânica disse ainda que decidiu contar a sua história em 2010 depois de a equipa de advogados de Roman Polanski ter alegado que o caso de 1977 – a acusação de violação de Samantha Gailey, então com 13 anos, a cuja sentença Polanski escapou fugindo dos Estados Unidos, onde nunca mais regressou – foi um evento isolado. Entre 2017 e 2019, outras quatro mulheres acusaram o realizador de abusos sexuais durante a década de 1970.

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