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Celebridades

O que é o movimento #FreeBritneySpears e porque é que toda a gente fala sobre ele

Os fãs e as celebridades próximas de Britney Spears acham que a estrela da pop está a ser manipulada e controlada, e que os vídeos bizarros que publica no Instagram são verdadeiros pedidos de ajuda. Por detrás dos mesmos, há uma verdade aterradora.

15 de julho de 2020 às 16:40 Rita Silva Avelar

Quem cresceu nos anos noventa, lembrar-se-á na velocidade estelar com que Britney Spears se transformou numa estrela pop. Mais: provavelmente, se estava nos seus teens, acreditamos que terá cantado de pulmões abertos êxitos como "Baby One More Time", "Ooops!... I did it again", "Toxic" e mais tarde "Piece of Me" ou "Gimme More". Uma dançarina exímia, Britney, agora com 38 anos, tem surpreendido os fãs com publicações de vídeos bizarros no seu Instagram, inclusive a dançar de forma descoordenada – mas aparentemente libertadora – e com looks florais, cabelos desalinhados e o eyeliner fora do sítio. Se para uns isso é prova de genuinidade e da livre expressão artística de Britney, para outros é o espelho de um desespero em tornar-se livre. A especulação de que estaria a ser controlada ou manipulada ganhou proporções maiores quando a maior parte dos vídeos eram feitos dentro da sua mansão de 7.4 milhões de dólares em Las Vegas, sem mais planos de fundo.

O que acontece é o seguinte: Britney tem sido mantida sob uma tutela judicial desde 2008, após ter ultrapassado várias crises relacionadas com a sua saúde mental, que os media e o mundo saturaram ao máximo, chegando a persegui-la durante os meses em que sofreu as crises mais graves. As imagens de uma Britney com cabelo rapado, em 2007, ainda hoje estão disseminadas nas redes sociais, assim como as fotografias em que foi vista a conduzir com os filhos no colo, Jayden e Sean, fruto do controverso relacionamento com Kevin Federline – um episódio que ainda hoje a persegue. Em 2008, ficou sem a guarda dos filhos. A tutela a que ficou sujeita nesse ano – e que seria apenas de um ano - trata-se de uma tutela legal designada por um tribunal que determina que um indivíduo não pode tomar as suas próprias decisões, devido à fragilidade da sua saúde mental ou física.

No caso de Spears, o seu pai, Jamie Spears, foi nomeado como responsável pela tutela, e, por consequência, pelo património financeiro e pelas negociações da sua carreira. Muitos têm afirmado que apesar das suas recentes lutas pela saúde mental, o pai de Spears forçou-a a fazer três tours musicais pelo mundo e – 12 anos depois – está a tentar tornar a tutela permanente, pois acredita que ela sofre de demência precoce.

Ao aperceberem-se do aparente controlo total que o pai tem sobre a vida de Britney, os fãs e até algumas celebridades como Paris Hilton ou Vera Wang têm manifestado o seu apoio ao movimento que entretanto se instalou nas redes sociais através do hashtag #FreeBritney.

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Brandon Hase, um dos fãs que acompanha a sua carreira desde o início, explicou a catadupa de episódios que levou à Britney que conhecemos hoje. O post foi comentado por celebridades e alimentou rumores da "prisão" da cantora. A explicação baseia-se no início da carreira de Britney, que com apenas 4 anos começou por ser uma estrela na Broadway, integrando depois o famoso programa infantil The All New Mickey Mouse Club (onde Christina Aguilera começou na mesma altura), mas também explica os sinais de desespero que ninguém viu, ao mencionar as composições de letras como as de "Lucky", "Overprotected", "My Perogative" ou "Circus".

Este fã menciona ainda o facto de Britney ter sido – no início de carreira - forçada pela sua editora discográfica a usar uma voz diferente da sua, mais acriançada, enquanto a sua se parecia mais à de Christina Aguilera (não interessava à indústria ter uma repetição de vozes). Quando tentou fazer um disco em que mostrava a autenticidade da própria voz, não a deixaram.

E Brandon Hale vai mais além, reforçando que Britney não tem controlo sobre a sua própria vida há mais de uma década, sendo controlada pelo pai e por um advogado que não pôde escolher. Aparentemente, Britney não pode "conduzir, votar, casar, ter filhos, gastar o seu próprio dinheiro, ver os filhos (tem apenas 30% da custódia dois seus dois filhos), sair de casa, contratar um advogado próprio, ter controlo sobre a sua carreira, falar da tutela em público" e a lista continua. Ainda assim, Britney manteve uma carreira sólida durante estes anos, tendo lançado quatro discos, feito três tours mundiais, foi júri do programa X Factor, entre outras coisas. É esse um dos pontos que mais preocupa os fãs: o facto de ter vindo a ser forçada a continuar a sua carreira, sem uma reabilitação completa.

Todos os anos, Britney paga cerca de 1, 1 milhões de dólares em taxas para manter a tutela, incluindo pagar cerca de 130 mil dólares anuais ao pai, e pagar um advogado que ela não pode escolher. É-lhe permitido gastar 1,500 dólares por semana para contas, compras e serviços essenciais. O seu património líquido é de cerca de 250 milhões de dólares. Em breve, Britney estará presente num tribunal para rever a sua tutela judicial e, quem sabe, tornar-se finalmente independente.

Uma fotografia do documentário "I Am Britney Jean" de 2013.
Foto: Getty Images
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Britney com o namorado Sam Asghari, na apresentação do filme "One Upon A Time...In Hollywood".
Foto: Getty Images
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Nos 2016 Billboard Music Awards.
Foto: Getty Images
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Britney Spears numa performance dos MTV Video Music Awards, em 2000, no Radio City Music Hall.
Foto: Getty Images
4 de 4 / Britney Spears numa performance dos MTV Video Music Awards, em 2000, no Radio City Music Hall.
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