Celebridades

Naomi: uma vida para lá de todas as expetativas

O Victoria & Albert Museum, em Londres, está a preparar uma exposição que celebra os 40 anos de carreira da supermodelo Naomi Campbell. Uma retrospetiva que poderá ser visitada a partir de 24 de junho do próximo ano.

Foto: Reuters
10 de outubro de 2023 Madalena Haderer

A carreira da supermodelo britânica Naomi Campbell vai ser celebrada numa exposição inédita no famoso Victoria & Albert (V&A) Museum, em Londres, que abre portas a 24 de Junho do próximo ano. A retrospetiva vai contar com os vestidos mais aclamados e as fotografias mais icónicas da vida desta mulher, que estilhaçou as expectativas do que poderia ser o lugar de uma jovem negra na indústria da moda – tanto em meados da década de 80, quando se lançou, como nos 40 anos altamente bem-sucedidos que se lhe seguiram.

Os visitantes de NAOMI – é esse o nome da exposição – vão poder admirar as mais bonitas, arrojadas e icónicas criações de moda às quais Campbell deu corpo. Ao todo, haverá cerca de 100 vestidos de Alexander McQueen, Azzedine Alaïa, Gianni e Donatella Versace, Chanel, Valentino, Jean Paul Gaultier, John Galliano, Karl Lagerfeld, Vivienne Westwood, Yves Saint Laurent, entre outros.

Vestido de Valentino que Naomi usou na MET Gala de 2019 e que poderá ser visto na exposição
Vestido de Valentino que Naomi usou na MET Gala de 2019 e que poderá ser visto na exposição Foto: Reuters

NAOMI será também, inevitavelmente, uma retrospetiva das últimas quatro décadas da moda, com inúmeras criações de designers, alguns deles já falecidos, que, tal como Campbell, mudaram o rosto da indústria – Vivienne Westwood será, talvez, o exemplo mais flagrante. Algumas das peças virão da coleção de moda própria do V&A, designada como Coleção Nacional do Reino Unido, e que é um dos maiores e mais completos guarda-roupas do mundo. À Vogue britânica, Sonnet Stanfill, curador senior para a moda do V&A, disse que, para já, a única criação que pode confirmar que fará, sem dúvida, parte da exposição é o vestido de rendas e plumas cor-de-rosa, desenhado por Valentino para Naomi usar na MET Gala de 2019.

A exposição serve-se também de inúmeras fotografias para contar a história de como Naomi foi descoberta aos 15 anos e de como a sua ascensão estratosférica começou quando foi capa da Vogue francesa, aos 18 anos, em 1988. Parte dessa seleção fotográfica foi feita por Edward Enninful, diretor da Vogue britânica, com imagens captadas por lendários fotógrafos de moda, como Nick Knight, Steven Meisel e Tim Walker.

Naomi Campbell e Nelson Mandela numa conferência de imprensa em 2001
Naomi Campbell e Nelson Mandela numa conferência de imprensa em 2001 Foto: Reuters

Para além do estatuto de ícone da moda, a exposição destaca também o trabalho filantrópico e ativista de Naomi Campbell, sem esquecer o seu papel ativo e extremamente vocal na defesa da diversidade no mundo da moda, abrindo a porta a milhares de jovens que, tal como ela, tinham um modelo de beleza diferente do que havia sido a norma até então. O seu foco humanitário alargou-se para fora do mundo da moda, com Campbell a trabalhar em parceria com Nelson Mandela para angariar fundos para melhorar as condições de vida dos negros sul-africanos. Sobre esse tempo, na década de 90, Naomi conta que Mandela abriu os seus olhos para a injustiça social e inspirou-a a usar a sua plataforma em prol da mudança social. Pelo seu trabalho em prol da África do Sul, Mandela nomeou-a sua "neta honorária".

NAOMI segue os passos da exposição de moda Gabrielle Chanel, Fashion Manifesto – um sucesso retumbante no V&A que, apesar de estar patente até Fevereiro do próximo ano, já está completamente esgotada.

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Moda, Educação, Naomi Campbell, Exposição, Victoria & Albert Museum, Londres
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