Celebridades

Como Reese Witherspoon se tornou na atriz mais rica (e uma das mais influentes)

"Não consigo pensar numa história de maior sucesso em que uma atriz se torna em produtora", diz sobre si a escritora Helen O’Hara.

Foto: Reuters
19 de abril de 2023 Inês Aparício

Ainda era muito jovem quando surgiu pela primeira vez no grande ecrã. Reese Witherspoon tinha apenas 14 anos na altura em que o drama O Homem da Lua (1991) chegou às salas de cinema. Porém, no momento de ir para a faculdade, não foi esta a área que escolheu. A sua paixão por livros levou-a de Nashville, onde cresceu, para Stanford, para estudar Literatura Inglesa, mas este percurso académico acabou por ser interrompido pela sua carreira em ascensão como atriz.

Começou por integrar elencos em pequenos filmes, o que ajudou a consolidar o seu caminho em Hollywood, mas pouco depois deu o salto para papéis de maior relevo, como em Eleições (1999) ou Estranhas Ligações (1999). No entanto, foi Legalmente Loira (2001) que fez com que o público reparasse realmente em Reese. O clássico "bend and snap" acabou por torná-la num ícone - e fazer com que os espectadores quisessem mais uma dose do filme, no qual Whiterspoon se estreou como produtora -, mas foi com com a biografia Walk The Line (2005), em que deu vida a June Carter Cash, que recebeu o Oscar de melhor atriz.

Esperava-se que esta distinção a diferenciasse num meio tão competitivo, mas a verdade é que, tal como outros profissionais, sentiu que o seu telemóvel raramente tocava com novas propostas, nos seus 30’s. Contudo, a resiliência da protagonista de comédias românticas como Uns Sogros de Fugir (2008) e Água aos Elefantes (2011) impediu-a de continuar à espera.

Com um impulso dado Jim Toth, seu marido na altura - que lhe lembrou que "não era o tipo de pessoa que fica sentada e espera que o telefone toque" e que devia aproveitar o seu amor por livros para gerar ideias para filmes em que gostasse de participar -, criou, em 2012, a sua própria empresa de produção cinematográfica, Pacific Standard.

Foi assim que adquiriu os direitos do thriller Em Parte Incerta (2014), de Gillian Flynn, e Livre (2014), de Cheryl Strayed, e adaptou-os para o grande ecrã. Este último, que também protagonizou, valeu-lhe uma nova nomeação para o Óscar de melhor atriz.

"Não consigo pensar numa história de maior sucesso em que uma atriz se torna em produtora": é assim que Helen O’Hara, autora do livro Women Vs Hollywood: The Fall and Rise of Women in Film, citada pelo The Telegraph, recorda Reese Witherspoon. 

Daí, foi um pequeno passo até produzir - e, por vezes, interpretar uma personagem - outras películas e séries que se tornaram grandes êxitos, como Little Fires Everywhere (2020), The Morning Show (2019-2021) ou Big Little Lies (2017-2019).

Este último afirmou-se como um marco para a sua empresa, que, em 2016, sofreu um processo de rebranding e se passou a designar Hello Sunshine. "Não me estavam a oferecer oportunidades para a minha produtora crescer até que consegui este triunfo", contou ao The Wall Street Journal, salientando que as mulheres precisam de se esforçar muito mais que os homens: "um homem distingue-se no festival Sundance e consegue [integrar o elenco do] Jurassic World".

Assim, o seu valor financeiro aumentou, passando a conseguir mais de 1 milhão de dólares por episódio em que participe ou vários milhões em projetos cinematográficos, avança o The Telegraph.

Todavia, foi quando vendeu grande parte da empresa, em 2021, à Blackstone, que a sua net worth cresceu verdadeiramente. A Forbes chegou mesmo a considerá-la a atriz mais rica no mundo, com um valor estimado de 400 milhões de dólares (o equivalente a mais de 260 milhões de euros) no banco.

É ainda de referir que, além de manter o seu clube de leitura e ter mesmo publicado o seu primeiro livro infantil, Busy Betty, no ano passado, Reese Witherspoon tem uma marca de roupa e acessórios, a Draper James, que tem, atualmente, três lojas físicas nos Estados Unidos.

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