Sabia que o tricot é o pilates do cérebro?
Os movimentos rítmicos das agulhas não servem só para fazer coisas fofas e quentinhas: são também uma forma poderosa de exercitar e rejuvenescer os neurónios.
Se tem terror de dar por si na terceira idade, transformada numa avózinha rodeada de novelos de lã, a fazer luvas, barretes e cachecóis para oferecer aos netos, saiba que está a pensar mal. Na verdade, já devia ter começado a fazer tricot. E se não sabe fazer, trate de aprender. De acordo com evidências neurocientíficas, fazer malha, com os seus movimentos rítmicos e padrões que é preciso seguir, é uma ginástica poderosa para o cérebro e quanto mais cedo começar a colher os seus benefícios, melhor. Na prática, fazer tricot, ou crochet, torna o cérebro mais jovem.
De acordo com a revista National Geographic, estudos recentes demonstram que tarefas táteis e repetitivas, como fazer malha, podem ativar sistemas cerebrais que contribuem para a saúde cognitiva a longo prazo e a vários níveis. Na prática, o tricot e o crochet têm o poder de melhorar a memória, a atenção, a função motora e ajudam a baixar o stress. Já agora, o tricot é aquele tipo de malha que é feito com duas agulhas (até pode ser com mais, mas isso já é muito avançado), enquanto para fazer crochet basta uma agulha. Pense assim: uma camisola de lã, normalmente, é feita usando a técnica do tricot, e aqueles naperons que as senhoras idosas têm por cima dos móveis, são de crochet. E boa parte das obras da artista Joana Vasconcelos são feitas de crochet.
Fazer meditação, palavras cruzadas e puzzles são outras actividades que se sabe terem efeitos positivos no cérebro, a malha, porém, combina coordenação motora, planeamento criativo (imaginando que não vai usar só uma cor para fazer a peça toda), e movimento rítmico bilateral (isto, só no caso do tricot). E cada uma destas actividades utiliza diferentes partes do cérebro, pelo que consiste num treino completo. Além disso, um estudo clínico de 2019, sobre “o efeito da estimulação somatossensorial bilateral alternada na redução do cortisol e da ansiedade” demonstrou que, como já deve ter adivinhado, a estimulação bilateral do cérebro, decorrente a utilização alternada de ambas as mãos, reduz os níveis de cortisol (a hormona do stress), aumenta a serotonina e a dopamina, e melhora a regulação emocional.
Além disso, ainda de acordo com a National Geographic, como o tricot requer planeamento, sequenciação e resolução de problemas, fazê-lo ativa as funções executivas do cérebro, a par dos sistemas motores e emocionais. Este envolvimento global do cérebro ajuda a reforçar a conectividade neuronal, uma ferramenta essencial para manter a flexibilidade e a resiliência cerebral à medida que envelhecemos.
Portanto, da próxima vez que vir uma senhora a fazer malha num transporte público, saiba que aquilo não é um cachecol, é um exercício de rejuvenescimento cognitivo. E bem bonito, por sinal.
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