Pessoas com depressão estão mais vulneráveis a desenvolver demência no futuro
Um novo estudo concluiu que a demência na idade adulta pode ser o resultado de um diagnóstico de depressão tardio.

Um estudo publicado pela revista médica JAMA Neurology concluiu, após quarenta anos de pesquisa, que as pessoas que têm uma depressão diagnosticada possuem um risco de demência duas vezes maior do que as pessoas que não têm. Em estudo estiveram aproximadamente 246 mil pessoas diagnosticadas com depressão e cerca de 1 milhão sem depressão, com idades compreendidas entre os 34 e os 70 anos. Também em cima da mesa estiveram fatores como a educação, os rendimentos, as doenças cardiovasculares e a diabetes.
Citada pela CNN, Natalie Marchant, professora de psiquiatria da University College London, afirmou que apesar do grande conjunto de dados e análises que os investigadores utilizaram, o estudo acaba por ser limitado dada a falta de informação, a nome de exemplo, não existem dados genéticos na pesquisa. Citado pela mesma fonte, Holly Elser, o autor principal do estudo afirmou que "os nossos resultados fornecem, portanto, fortes indícios de que a depressão não é apenas um sintoma precoce de demência, mas também de que a depressão aumenta o risco de demência."
Este não foi o único estudo a chegar a estas conclusões. Em 2022, médicos e professores da Universidade Fundan em Xangai, na China, analisaram a relação entre a demência e a depressão. Nesta pesquisa participaram cerca de 354 mil pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos e concluíram também que a depressão acabou por aumentar o risco de demência.
Em ambos os estudos foi questionado se o risco de demência poderia ser reduzido se as pessoas recebessem o apoio e a medicação para a depressão. Os investigadores chineses acabaram por concluir que o tratamento reduziu cerca de 30% o risco de demência em relação aos participantes que não foram tratados. Já o estudo de Elser analisou o tratamento com o uso de medicação antidepressiva durante seis meses após o diagnóstico e não conseguiu observar qualquer diferença no risco de demência entre as pessoas que tomaram a medicação e os que não tomaram. Apesar disto, o autor principal concorda que o tratamento da depressão deve ser visto como uma prioridade.

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