Estudo mostra que sacos reutilizáveis são antros de bactérias. Saiba o que fazer para se prevenir
De algodão ou de plástico, o fiel saco reutilizável é pau para toda a obra. Vive numa gaveta ou na bagageira do carro e, cada vez que é preciso ir às compras, lá vem ele, pronto a prestar o seu serviço. Só que, sem os devidos cuidados, estes sacos podem ser um perigo para a saúde.

É difícil imaginar, mas as nossas avós não contavam com ubíquos sacos de plástico para irem às compras. Havia cestas, alcofas e sacos de pano, e o que fosse vendido a granel na mercearia ou vinha em sacos de papel ou embrulhado em papel pardo ou noutro tipo de papel mais delicado, em função da iguaria. Até nas pastelarias, ainda há não muito tempo, quando se pedia um bolo para levar, o empregado pegava em folhas de papel e fazia o embrulho, como se de um presente se tratasse. E vivia-se bem assim. Éramos felizes e não sabíamos. Agora, qualquer ida ao supermercado dá para encher o ecoponto das embalagens. É mais a quantidade de plástico do que os próprios dos produtos que fomos comprar. Já para não falar naqueles sacos transparentes que se multiplicam nas gavetas como cogumelos selvagens. Certo é que, seja por iniciativa própria ou porque os sacos de supermercado passaram a ser pagos, a maior parte das pessoas começou a usar sacos reutilizáveis. Só que, sem os devidos cuidados, estes podem tornar-se antros de germes e bactérias, pondo a saúde em risco. Mas há várias coisas que podemos fazer para reduzir essa possibilidade funesta.
Uma das coisas essenciais que quase ninguém se lembra de fazer é desinfectar ou simplesmente lavar os sacos. E isso é um problema. Outro problema é que os usamos para fazer toda a sorte de coisas e nem todas relacionadas com mercearias. Por exemplo, neste momento, dentro do saco que esta jornalista usa para ir às compras estão roupas que vão ser despachadas para a caridade. (Sim, em casa de ferreiro, espeto de pau.) Faria toda a diferença se passássemos a usar um código de cores para produtos diferentes. Quer dizer que não seria má ideia ter um saco só para detergentes, outro só para frutas e legumes, outro para carne, outro para peixe, outro para produtos alimentares embalados. Atribui uma cor ou padrão diferente a cada um e assim nunca se engana. Tal como devemos fazer com as tábuas de cozinha. (Não, não pode usar a mesma tábua para carne e legumes.)
E porquê tudo isto? Porque um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade do Arizona e da Escola de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, avaliou o potencial de contaminação cruzada de produtos alimentares através de sacos reutilizáveis usados para transportar compras e concluiu que uma parte considerável estava contaminada com bactérias nocivas para a saúde.
A equipa de investigadores recolheu, aleatoriamente, sacos reutilizáveis junto de consumidores à entrada de supermercados na Califórnia e no Arizona. “Nas entrevistas,” pode ler-se no estudo, “verificou-se que os sacos reutilizáveis raramente, ou nunca, são lavados e que muitas vezes são usados para múltiplos fins. Foram encontradas grandes quantidades de bactérias em quase todos os sacos, e bactérias coliformes em metade deles.”

As bactérias coliformes são uma categoria de bactérias que são usadas como indicador de contaminação fecal ou ambiental, sendo importantes para avaliar a higiene e segurança alimentar. Ou seja, se aparecem em alimentos, água potável ou superfícies, significa que houve contacto com matéria orgânica (resíduos, fezes, solo, etc.). E embora nem todas as bactérias coliformes causem doença diretamente, a sua presença sugere que outros patogénios (como salmonella ou vírus entéricos) podem também estar presentes.
O estudo destaca ainda que a bactéria Escherichia coli – o indicador mais específico de contaminação fecal – “foi identificada em 8% dos sacos, bem como uma grande variedade de bactérias entéricas, incluindo vários patogénios oportunistas”.
Os investigadores também fizeram testes. Por exemplo, aplicaram sucos de carne em sacos reutilizáveis que depois guardaram na bagageira de automóveis durante duas horas. Ao fim desse tempo, “o número de bactérias aumentou dez vezes, indicando o potencial de crescimento bacteriano nos sacos”.
O lado positivo é que o estudo também demonstrou que “a lavagem, à mão ou à máquina, reduziu as bactérias dos sacos em mais de 99,9%”. Portanto, se usar sacos de algodão o mais prático será lavá-los à máquina. Se prefere aqueles sacos de plástico forte que se vendem nos supermercados, será, provavelmente, mais fácil passar um pano húmido e detergente antibacteriano. E, sim, deve fazê-lo, idealmente, cada vez que vier do supermercado. Mas, claro, tudo depende do que o saco transportou, em que condições e durante quanto tempo.

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