Saiba como calar pessoas que a interrompem
No trabalho, em casa, na família alargada ou no grupo de amigos, há sempre quem não nos deixe terminar uma frase. Conheça o truque de Mel Robbins para calar os malcriados.
Quando, em 2022, se soube que Bruce Willis recebeu um diagnóstico de demência frontotemporal, fãs, amigos e colegas reagiram com choque, tristeza, confusão e descrença. Afinal, a demência é uma doença de pessoas idosas, sedentárias e com pouco convívio social, e Willis não encaixava no padrão. Era um dos mais famosos e activos actores de Hollywood, tinha 60 e poucos anos quando os primeiros sintomas começaram a aparecer, tinha casado em 2009 com a sua segunda mulher, Emma Heming Willis, de quem tem duas filhas ainda pequenas, sem contar com as outras três filhas do seu primeiro casamento com Demi Moore. E, no entanto, a demência frontotemporal é um tipo de distúrbio neurodegenerativo que afecta, tipicamente, pessoas de meia-idade, entre os 45 e os 60 anos, com sintomas que podem incluir mudanças drásticas na personalidade e no comportamento, ou problemas progressivos com a linguagem, como dificuldade em encontrar palavras e em compreender o que é dito. Ou seja, neste caso, a idade conta pouco.
No caso de Willis, foi, de facto, no campo da linguagem que começaram a surgir os primeiros sintomas. Em 2022, o actor anunciou a sua retirada da carreira no cinema, após ser diagnosticado com afasia, uma condição neurológica que afeta a linguagem, e só no ano seguinte é que foi confirmado o diagnóstico de demência frontotemporal. Emma Heming Willis teve pouco tempo para se adaptar ao papel de cuidadora, ao mesmo tempo que passava pelo desgosto de ver o homem que amava, e pai das filhas, tornar-se uma pessoa muito diferente.
Depois de uma fase em que tinha medo de falar sobre o diagnóstico abertamente, com medo das repercussões que isso pudesse ter para a carreira do marido e o bem-estar da família, Emma acabou por chegar à conclusão que alguma coisa de bom podia nascer desta desgraça, e começou a falar publicamente sobre a doença e sobre como é cuidar e conviver com o marido, na expectativa de ajudar outras pessoas que possam estar a passar pelo mesmo.
Foi nessa condição que foi, recentemente, convidada para o podcast da jornalista e autora Tamsel Fadal, The Tamsel Show. E é durante essa conversa que partilha várias dicas que lhe foram ensinadas para conviver de forma mais tranquila com o marido, sem o assustar, sobressaltar ou confundir. Uma dessas dicas é não vestir roupa preta: “Para alguém com demência, uma pessoa vestida de preto parece uma cabeça a pairar no ar.” Emma acrescenta que os tapetes pretos também devem ser evitados porque a mente de uma pessoa com demência interpreta-os como “buracos negros no chão”. Sobre conversar com alguém com a doença, Emma esclarece que nunca devemos fazê-lo de frente para a pessoa, porque isso pode ser percepcionado como uma atitude de confronto, e que devemos, isso sim, falar meio de lado, orientando o nosso ombro para o interlocutor.
Ainda sobre como falar, a mulher do actor sublinha que, como em tantas outras coisas na vida, menos é mais. Demasiadas palavras têm o potencial de confundir, deixando a pessoa com demência a sentir-se frustrada e assoberbada. Pelo que o melhor é manter a conversa no mínimo e recorrer mais a gestos, usando, por exemplo, o polegar para cima e para baixo como sinal de “sim” ou “não” e “bom” ou “mau”, e outras opções do género.
Estes foram, conforme Emma explica a Tamsel Fadal, alguns dos ensinamentos que Teepa Snow, terapeuta ocupacional especializada em casos de demência, partilhou com ela e que a mulher e cuidadora do actor faz agora questão de transmitir a quem precise.