Bebés e doenças nas creches. "Em Portugal ainda há um uso exagerado de antibióticos e xaropes para a tosse"
Tipo de infeções mais comuns nos primeiros três anos de vida, medidas para minimizar o risco de contágio e o que não fazer quando os nossos mais novos estão doentes. Mariana Capela, pediatra no Hospital Lusíadas Porto, conversa com Máxima.
Foto: Pexels24 de fevereiro de 2023 às 11:17 Ana Filipa Damião
Nos primeiros três anos de vida os bebés estão especialmente suscetíveis a infeções víricas, com destaque para as doenças causadas por vírus respiratórios. Paralelamente, é também durante esta faixa etária que as crianças começam a frequentar a creche, o que, para alguns pais, pode ser sinónimo de algum desconforto. Afinal, quem quer ver o seu filho doente?
Além dos vírus respiratórios, "são também comuns as gastroenterites", começa por clarificar Mariana Capela, pediatra no Hospital Lusíadas Porto, em conversa com a Máxima, reforçando ainda que nenhuma das enfermindades frequentes são graves, e que a severidade irá sempre depender de vários fatores, como a saúde e idade da criança e da bactéria em si."
Quando os mais novos ficam doentes, ainda são muitas as pessoas a cair no erro de recorrer de imediato a uma medicação mais forte, mesmo quando não é necessário, nota esta médica. "Em Portugal ainda temos um uso exagerado de antibióticos e xaropes para a tosse. A maioria das infeções víricas apenas precisa de medidas de alívio de sintomase de tempo para resolver", revela. Este é um dos grandes mitos que a comunidade médica tenta combater. "Penso que é necessário investir numa maior literacia em saúde, para dar aos pais ferramentas adequadas nas situações de doença dos filhos."
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Outra questão igualmente controversa prende-se com o modo como lidamos com enfermidades contagiosas, como a varicela. Trata-se de uma visão cada vez mais em desuso, mas durante vários anos houve quem acreditasse que mandar as crianças para a escola, sabendo que havia alguém doente, seria uma forma rápida de melhorarem o sistema imunitário. Uma prática com que Mariana Capela discorda veementemente. "Não podemos prevenir em absoluto os episódios de doença. O mesmo não significa que devam ser procuradas! Por esse motivo existe uma lista de doenças de evicção escolar obrigatória, entre as quais se encontra a varicela."
Não podendo ser evitadas, como minimizar o risco de infeções na creche? "As regras de higiene respiratória e a lavagem das mãos são medidas simples, mas eficazes, que devemos tentar que as crianças e os funcionários das escolas cumpram", explica. "As crianças mais velhas terão habitualmente mais defesas, mas não estão livres do contágio!"
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