Devemos mesmo limpar a cara com a toalha ou deixar secar a pele ao ar livre?
Este debate tem dividido opiniões nas redes sociais. Eis o que concluímos.
A Geração Z engloba todas as pessoas nascidas entre 1995 e 2010 e por isso falar dela como um todo parece demasiado abrangente. A metade mais velha desta geração aparece habitualmente como o meio termo nas discussões de tendências, muitas vezes acesas, online, encontrando o equilíbrio no meio do caos de gerações ofendidas. No caso de risco ao lado vs risco ao meio admitiram que ficaria bem ao lado para certas caras ou penteados; no fim do french tuck (a famosa técnica de pôr só um pouco de uma camisola larga para dentro das calças na tentativa de não se perder a cintura), e início da tendência de silhuetas que não valorizam a cintura, admitiram colocar por vezes um pouco da camisola para dentro na lateral; no entanto, na discussão das skinny jeans não existia salvamento possível, e como tal, juntaram-se à camada mais nova da sua geração, alegando o inegável conforto de umas calças mais largas.
Usar eyeliner carrega consigo milénios de história. Desde o Antigo Egito que a maneira como delineamos os olhos pode ditar o ano em que nos encontramos. Os looks de maquilhagem dos anos 50 e 60 são facilmente identificados pelo eyeliner. No Irão, desde 1979 quando os cosméticos foram proibidos e o uso de hijab implementado, arranjar maneira de adornar a única parte do corpo à mostra fez com que o eyeliner se tornasse um símbolo de resistência.
Para os mais recentes consumidores de maquilhagem, 2024 é o ano em que não se delineiam os olhos de todo (a obsessão pelo clean makeup look permanece). Online, os menos extremistas, para apaziguamento de discussões, declaram que o eyeliner não morreu, mas a técnica de o fazer em forma de asa (winged) a apontar para cima, ao estilo de Amy Winehouse, está fora de moda, sim. Muitos adolescentes da altura do emo, da Amy Winehouse ou do Tumblr, agora millennials, adotaram o winged eyeliner como parte da sua expressão de identidade. Talvez por ser a maneira de expressar o estilo da sua adolescência quando entraram na força de trabalho, esta geração defende esta técnica de eyeliner com unhas e dentes. Helena (nome fictício), de 29 anos, conta à Máxima que o winged liner já faz parte de quem ela é, que lhe traz confiança e acrescenta - "não sigo o delineado apenas por ser popular, mas porque ele me faz sentir bem comigo mesma, independente do que esteja 'in' ou 'out'."
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e, numa era de busca pelo pragmatismo, a nova geração, acabada de chegar ao mundo do trabalho, deixa a caneta de eyeliner e procura o statement da sua maquilhagem de dia-a-dia de maneiras mais rápidas, como a partir de um lápis cremoso ou máscara de pestanas colorida, ou mesmo um eyeliner, mas agora feito de sombra. O statement passa até pelo facto de a maquilhagem ser despida de qualquer statement, surgindo cada vez mais rostos aparentemente limpos: o look your face but better com corretor a tapar alguma imperfeição e olheiras de fim de férias, um blush e bronzer a substituir os saudosos dias de praia e nem um pouco de máscara de pestanas.
Nas redes sociais os tutoriais de eyeliner são agora de eyeliner em linha reta, surgindo um efeito de olhos rasgados, eyeliner esfumado para um look mais despreocupado ou, voltando ao início da década passada, apenas na linha de água.
A geração Z é hábil em algo pouco pensado para parecer extravagante ou em algo muito pensado para parecer casual e é nesta antagonia que surgem as novas tendências de beleza, ora com looks completos feitos com apenas um produto, como mostrou Emily Wood pelas ruas do sul de França, onde se maquilhou com apenas um lápis e angariando quase 17 milhões de visualizações, ora com looks complexos elaborados para parecer que não estão a utilizar maquilhagem nenhuma.
Não, o eyeliner não está fora de moda (e provavalmente nunca estará), mas a técnica digna de um full glam de 2016 precisa de ser renovada.