Um local, três associações solidárias. A AGEAS tem um novo modelo de inclusão
Um café, um restaurante e uma horta comunitária integrados numa associação? Porque não? Podemos encontrar os três nas instalações do Grupo AGEAS Portugal, uma forma original de apoiar causas sociais como a inclusão e a diversidade.

Inclusão e diversidade: dois temas na ordem do dia que precisamos de apoiar. Um sem número de pessoas continuam a ser excluídas de oportunidades de trabalho ou sociais devido às suas diferenças, sejam elas físicas ou mentais, resultados de más escolhas ou por falta de apoios. A isto, juntam-se os rótulos, palavras que, mal utilizadas, só retardam a evolução.
As grandes empresas tornam-se peões essenciais neste debate. Entre elas, o Grupo Ageas Portugal é uma das que apoia uma sociedade justa, em que a inclusão é a prioridade. Por acreditar que a diversidade é um dos fatores cruciais para o crescimento e desenvolvimento de ditas empresas, está a impulsionar a criação de condições que permitam a integração de uma política que reflita a valorização das competências de qualquer colaborador. No país, é pioneira no que toca a ter associações de cariz social a explorar espaços comuns dos seus edifícios, que foram escolhidas através de um concurso público. O Café Joyeux, a CRESCER e a SEMEAR foram os três vencedores do concurso e integram atualmente o edifício da AGEAS Portugal em Lisboa, em forma de café, restaurante e horta comunitária, respetivamente.


Esta iniciativa culminou numa conferência com o tema "Por um Mundo Sem Rótulos", moderada por Catarina Furtado.
As iniciativas

O Café Joyeux tem como objetivo formar e empregar jovens-adultos com trissomia 21 ou com perturbações do espectro cognitivo, como o autismo. Segundo a empresa social, o foco é dar visibilidade à limitação cognitiva e potenciar o encontro social, propondo trabalho num meio comum a indivíduos afastados de um possível emprego. Para Filipa Pinto Coelho, mente por trás da iniciativa em Portugal, "o maior desafio é sempre vencer a primeira barreira, o medo", e sermos capazes de "olhar para a individualidade de cada pessoa". Olhá-la pelas suas capacidade e não pelas "limitações", mas para tal tem de haver mais contactos regulares com a diferença e pré-disposição para aprender.

É na mesma sala do Café Joyeux que encontramos o projeto "É um Restaurante" da CRESCER, organização que integra pessoas em situação de vulnerabilidade social, ou seja, aquelas que se encontram excluídas das estruturas sociais e de saúde, como toxicodependentes, alcoólicos, trabalhadores do sexo, indivíduos em situação de sem-abrigo ou que requerem asilo. "A formação para integrar no mercado de trabalho é a base da CRESCER", afirmou em conferência Américo Naves, diretor executivo da mesma.



Por fim, há uma horta comunitária, sustentável e inclusiva designada de "Plantar o Amanhã" e assegurada pela SEMEAR, instituição que trabalha com pessoas com deficiência, com o propósito de integrá-las na sociedade e no mercado de trabalho através de formação profissional e desenvolvimento pessoal e social adequados. Ao mesmo tempo, a SEMEAR desenvolve sistemas de produção e transformação agrícola que permite não só reforçar as aprendizagens dos seus membros como também a assegurar a sustentabilidade das suas iniciativas. Segundo a associação, a taxa de desemprego em Portugal de pessoas com deficiência situa-se nos 35,6%, contra 73,2% de pessoas sem deficiência.


É por este motivo que Joana Santiago, diretora geral da SEMEAR, afirma que o papel das empresas na desrotulação é primário, pois "os rótulos são a maneira da sociedade mostrar a sua fragilidade" e que é preciso investir-se em mais formações, pois o processo de normalização é difícil.


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