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#subwayshirt: o movimento que aconselha mulheres a cobrirem-se no metro para não serem assediadas

Será esta a tendência mais polémica de 2023? Começou em Nova Iorque, já virou tendência em Londres e está a viralizar nas redes sociais. Há quem defenda que é um retrocesso ainda maior no que toca ao assédio.

Foto: Pexels
20 de junho de 2023 às 17:46 Ângela Mata

As temperaturas estão a subir e com a chegada do calor aproxima-se também a hora de tirar do armário os melhores looks de verão. E a verdade é que a onda de calor testa também o nível de machismo que circunda muitas mulheres, que recebem comentários sexistas em lugares tão comuns como o metro. E que o vivenciam todos os dias, aqui, e noutros locais públicos.

O assédio diário a mulheres no metro, através de olhares obscenos ou comentários de homens, é infelizmente uma realidade, um pouco por todo o mundo. Acontece que, em Nova Iorque, surgiu uma iniciativa que aconselha as mulheres a usarem t-shirts largas por cima das suas roupas, para evitarem o assédio no metro.

"Para se sentirem mais seguras" ou "para se protegerem", são estes os dois principais motivos invocados por quem defende o uso destas t-shirts. O movimento nasceu em Nova Iorque, mas já se está a espalhar, tendo já chegado mesmo ao Reino Unido.

Muitos são os que estão a olhar para esta tendência viral como um sintoma de retrocesso social, tendo em conta que faz parecer que concordamos com aqueles que culpam as mulheres que usam pouca roupa ao serem assediadas nos transportes públicos. Mas a verdade é que a hashtag #subwayshirt já conta com 13,5 milhões de visualizações no TikTok.

Esta estratégia de se cobrirem para evitar o assédio também é chamada de outfit dampener, e o objetivo parece ser mesmo esse, o de não serem incomodadas pelos homens com quem partilham a mesma carruagem. Mas, assim como há milhares a seguirem a tendência, também se somam os comentários críticos na rede social. Esses alertam para a perigosa normalização deste tipo de prática, por contribuir para o retorno às abordagens clássicas que sustentavam o machismo.

Poderá ser o espalhar de um discurso que pensávamos já ultrapassado? O de que os homens sofrem de impulsos irreprimíveis e que quem tem de agir para os minimizar não são eles, e sim as mulheres?

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