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Seleção brasileira presta homenagem às vítimas do Irão

Ao aterrarem na Austrália para o Campeonato do Mundo de Futebol Feminino, as futebolistas mostraram-se solidárias com as vítimas da opressão do regime iraniano, e afixaram uma faixa no avião.

Foto: Getty Images
05 de julho de 2023 Rita Silva Avelar
"Nenhuma mulher deve ser obrigada a cobrir a cabeça" e "Nenhum homem deve ser enforcado por dizer isto" - foram estas as frases que a Seleção de Futebol Feminina do Brasil decidiu afixar no avião que as levou à Austrália para o Campeonato do Mundo de Futebol Feminino. A equipa aterrou em Brisbane na manhã desta quarta-feira - 5 de julho - num avião com as fotografias dos iranianos Mahsa Amini - mulher curda iraniana de 22 anos, presa a 13 de setembro pela polícia da moralidade de Teerão por não respeitar o rígido código do vestuário e que morreu três dias depois de ter sido espancada - e Amir Nasr Azadani - jogador de futebol e protestante - na cauda, assumindo assim uma postura de apoio para com estas duas vítimas do sistema opressivo do Irão.
Naturalmente, o protesto em causa prende-se com o caso Amini - Azadani. A morte de Masha provocou protestos generalizados em todo o país e desencadeou uma maior resistência ao tratamento dado pelo regime às mulheres.

Azadani foi preso durante os protestos e em dezembro de 2022 foi sentenciado à pena de morte no Irão após ter sido acusado de estar envolvido na morte de três militares da Guarda Revolucionária e devido ao seu posicionamento oposto ao regime. Posteriormente foi condenado a 26 anos de prisão. As frases dirigem-se, portanto, aos dois.

A postura da Seleção, e do Brasil no geral, surge depois de a FIFA ter confirmado que as jogadoras não seriam autorizadas a usar braçadeiras arco-íris ou com as palavras "OneLove" em apoio aos direitos LGBTQ+, revelando em vez disso oito alternativas sancionadas para as equipas escolherem, confirma o The Guardian.

Antes de a equipa descolar de Brasília na segunda-feira, a sua superestrela Marta (assim conhecida no meio e Embaixadora Global da Boa Vontade na ONUconfirmou que este torneio seria o seu último Campeonato do Mundo. "Temos de compreender que chega uma altura em que temos de dar prioridade a outras coisas", afirmou, citada pelo The Guardian. "Ter a oportunidade de ir a outro Campeonato do Mundo, o meu sexto, é surreal para mim", disse. Veja o vídeo.
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