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Novas sonoridades. Quem é Ela Minus?

Quem assiste a um concerto de Ela Minus reconhece que os seus futurísticos sons eletrónicos provocam uma sensação de que se está num (imersivo) universo paralelo. "They told us it was hard, but they were wrong" é o seu primeiro single.

Foto: Teddy Fitzhugh
06 de junho de 2020 às 08:00 Rita Silva Avelar

Esta artista e produtora colombiana, de seu nome Gabriela Jimeno, é uma mulher destemida num mundo de homens, já que é pouco usual vermos uma figura feminina a dominar pequenos, mas poderosos, sintetizadores num registo eletro-pop. They told us it was hard, but they were wrong é o tema de estreia de Ela Minus pela Domino Records, um single que não passou despercebido à crítica da Pitchfork e que antecipa, muito possivelmente, o seu primeiro projeto discográfico.

É com recurso a uma "pequena orquestra de sintetizadores" que Ela Minus, a viver em Brooklyn, mostra à indústria os seus talentos musicais num registo que ainda é considerado por muitos de nicho, mas que ecoa em todos os cantos do mundo a partir de um aparelho minúsculo. No novo single, a novidade é o acrescento da sua voz que se soma à complexidade sinfónica que lhe valeu a criação de um novo género: chamou-lhe Tiny dance. É autora de vários EP, como First Words, Grow, Volcán, Ceremony ou Adapt. Antes de se lançar a solo, com apenas 12 anos, Ela Minus juntou-se à banda punk hardcore do irmão mais velho, na qual tocava bateria, até se mudar para Boston, a fim de estudar percussão de jazz e design de sintetizadores no Berklee College of Music. "Quando tudo nos é tirado, a capacidade de escolher a nossa atitude e criar o nosso próprio caminho é a única certeza que temos", revela acerca do novo single que parece ser uma alusão ao seu percurso.

Na videografia de They told us it was hard, but they were wrong pode, aliás, ver-se a Cordilheira dos Andes, uma vez que Ela Minus nasceu em Bogotá. Uma das regras a que se autoimpôs quando começou a carreira a solo foi a de não recorrer a computadores para criar a sua música, como confessou numa entrevista recente ao site NME (New Musical Express): "Sou fascinada pelas máquinas", confessa. "Vejo-as como personificações dos desejos humanos, das emoções e do poder da nossa imaginação." Hoje, Ela Minus inclui-se no leque de novas artistas que acreditam poder ser o que muito bem quiserem. Quando Donald Trump foi eleito presidente, esta artista foi clara na mensagem e passou a afixar uma frase, em particular, na sua mesa de sintetizadores, durante os concertos: "Bright music for dark times." A frase volta a adequar-se, uma vez mais, e a sonoridade solar e descomprometida de Ela Minus serve para nos fazer ver o lado positivo - e já agora, musical - da vida.

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