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Mulheres na Ciência. Cancro, solo, visão e CO2 são os projetos de investigação premiados

A L’Oréal Portugal, a Comissão Nacional da UNESCO e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia voltaram a unir esforços para a 17ª edição das Medalhas de Honra para as Mulheres na Ciência, destacando o trabalho de quatro cientistas.

24 de fevereiro de 2021 às 12:31 Rita Silva Avelar

Apresentada por José Alberto Carvalho, a 17ª sessão das Medalhas de Honra para as Mulheres na Ciência, promovida pela L'Oréal Portugal e pela UNESCO, voltou a premiar as mulheres portuguesas na área científica e tecnológica.

"Temos sempre acompanhado a estatística da percentagem de mulheres na Ciência, e recentemente estamos a dar mais importãncia à presença de mulheres na avaliação de projetos. Constatámos que temos de fazer mais em relação [a este tema]" afirmou Helena Pereira, Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no início da sessão. "É preciso implementar medidas, com algumas diretrizes férreas para mantê-las. Esta sessão é mais um passo para promover a igualdade de género na Ciência."

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Já Elizabeth Silva, da UNESCO, relembrou a mensagem transmitida pela organização a 11 de fevereiro, Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência. "A crise criada pela pandemia demonstrou uma vez mais o papel essencial das mulheres na Ciência. Contudo, os estereótipos continuam a impedir as jovens mulheres cientistas de percorrer as suas carreiras de forma livre, em todo o mundo" e acrescentou que em Portugal se faz "muito boa Ciência", com muitas mulheres investigadoras, desejando votos de muito sucesso não só para as quatro laureadas com esta distinção como a todas as mulheres que fazem Ciência em Portugal. 

De seguida, Alexandre Quintanilha, professor, investigador, e presidente do júri científico do prémio, Helena Canhão, professora catedrática na Nova Medical School, da Faculdade de Ciências Médicas, e novamente Helena Pereira interviram num curto debate sobre a atualidade científica. "Eu gostava de relembrar que o vírus do HIV, que já se conhece há dezenas de anos, e que já matou entre 25 a 43 milhões de pessoas, ainda não tem vacina. Tudo leva muito tempo a desenvolver. Em relação à atual pandemia, já conseguimos várias vacinas ao longo de um ano, mas há ainda muito que desconhecemos, não sabemos quais são os efeitos a longo prazo, há muita coisa que estamos a tentar descobrir" salienta o investigador, sobre as evoluções recentes da Ciência. Alexandre Quintanilha mencionou ainda as teorias de negacionismo que têm acompanhado esta pandemia, sempre inimigas da Ciência. 

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As premiadas desta 17ª edição foram Joana Carvalho, da Fundação Champalimaud, Margarida Abrantes, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Inês Fragata, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e Liliana Tomé, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. As suas investigações abordam temas tão distintos como o solo, a visão, a radiação ou a captação do CO2. "Após perda da visão, como se alteram as funções cerebrais que antes processavam a informação visual? Será que a radiação dos exames de diagnóstico pode ser nociva para as pessoas com síndrome hereditária do cancro da mama e ovários? Qual o impacto do metal pesado cádmio, presente no solo, para plantas e herbívoros que delas se alimentam? Como isolar e capturar com maior eficácia o CO2 libertado na geração de energia, impedindo que escape para a atmosfera?" são algumas das questões colocadas pelas cientistas, como se lê no comunicado de imprensa da iniciativa. 

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As quatro investigadoras, doutoradas e com idades entre os 28 e os 37 anos, foram selecionadas entre mais de 97 candidatas. Cada uma é reconhecida com um prémio individual de 15 mil euros, que visa apoiar a pesquisa e motivar a  continuidade de estudos relevantes nas áreas da saúde e ambiente, assim como inspirar uma Ciência e uma sociedade mais inclusiva e equitativa.

Alinhado com os objetivos do programa de sustentabilidade ‘L’Oréal for The Future’, apresentado internacionalmente no final de junho, o compromisso desta edição também passou por distinguir uma das propostas de investigação no âmbito do Impacto das Alterações Climáticas.

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