Vendas de comprimidos para a hiperatividade de crianças volta a aumentar

Depois de alarmes terem feito acalmar o consumo de ritalina por crianças desde 2015, as vendas de comprimidos para tratar a hiperatividade e o défice de atenção voltaram a disparar. Médicos pressionam pais para a prescrição de calmantes.

Vendas de comprimidos para a hiperatividade de crianças volta a aumentar Foto: Pexels
01 de abril de 2019 às 09:54 Diogo Camilo

A venda de medicamentos para tratar a hiperatividade e o défice de atenção voltou a aumentar em 2018. De acordo com o Jornal de Notícias, fármacos com a substância ativa metilfenidato, conhecidos por ritalina, ultrapassaram a fase de quebra após alarmes para o elevado consumo do "comprimido da concentração" por crianças em Portugal e registaram mais de 288 mil unidades vendidas no passado ano.

O jornal indica que existem pressão de profissionais das áreas da saúde e educação junto de pais para a prescrição deste tipo de medicamentos, com o seu consumo a cair durante os meses das férias escolares.

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De acordo com a consultora IQVIA, citada pelo Jornal de Notícias, a prescrição de medicamentos contendo ritalina duplicou nos últimos nove anos: em 2010, eram vendidas apenas 133 mil unidades. Em 2015, foi registada uma quebra de consumo, devido aos constantes alertas para o perigo destes medicamentos utilizados para tratar a hiperatividade e o défice de atenção mas, no ano passado, voltaram a aumentar, para 288 mil unidades.

Para Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores Escolares, indicou ao jornal que existe uma "pressão dos pais para a medicação junto das classes médicas" mas também conhece casos contrários, em que pais recusaram a administração de ritalina, apesar de prescrita.

Em outubro de 2018, o PAN apresentou quatro propostas para proibir ou prevenir a prescrição de medicamentos para a hiperatividade e défice de atenção a crianças com menos de seis anos. Médicos consideravam a interferência legislativa num ato médico "inadmissível" e os três projetos de lei que indicavam a proibição ou prevenção de fármacos como a ritalina acabaram chumbados no Parlamento, com um único documento relativo à sensibilização de profissionais de saúde para estas questões a ser aprovado.

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