Os papéis da vida de Maria João Abreu, uma atriz adorada por todos

Maria João Abreu tinha 57 anos, e uma carreira cheia de personagens de mão cheia, que faziam dela uma referência na representação em Portugal. "Quando me diziam: 'não podes fazer esse projeto porque depois perdes credibilidade', eu respondia: como? Olha a Maria João Abreu" escreve a atriz Inês Aires Pereira, que tinha há pouco tempo contracenado pela primeira vez com a atriz.

Foto: Mariline Alves / Correio da Manhã
13 de maio de 2021 às 16:32 Rita Silva Avelar

Multiplicam-se as homenagens a Maria João Abreu, uma das atrizes referência na sua geração e um exemplo para as gerações mais novas. Colegas e fãs recordam-na com carinho, publicando mensagens de apoio aos familiares e amigos mais próximos. A atriz apaixonou-se pelo Teatro muito nova, apesar de ter sido na Televisão que sobressaiu, mais tarde, em produções como Médico de Família (2000) ou Aqui não há quem viva (2006). Começou a sua carreira no início dos anos oitenta, em palcos como o do Teatro Municipal Maria Matos ou no Teatro Variedades, a fazer teatro musical ou de revista. Tinha apenas 19 quando se estreou no musical Annie, de Thomas Meehan, dirigido por Armando Cortêz, no Maria Matos. Dizia que queria ser como as atrizes Laura Alves, Beatriz Costa, Liza Minelli, que admirava. Foi na televisão que brilhou, sim, mas nunca deixou os palcos do teatro, passando por quase todos os nacionais, como o Parque Mayer, o Teatro Aberto, o Teatro da Trindade, o Politeama, o Maria Vitória, o Villaret ou o CCB. Ao longo dos anos surgiu em telefilmes, séries e telenovelas: contabilizam-se mais de 60 participações suas nestas áreas.

Foi no final dos anos noventa, em 1998, que se tornou numa das atrizes preferidas dos portuguesas no papel de Lucinda, a empregada doméstica na série televisiva Médico de Família, que esteve no ar três anos. Nesse momento de ascenção na sua carreira, fundou a produtora Toca dos Raposos com José Raposo (com que estava casada desde 1985 e de quem se separou em 2008).

Foi no final dos anos noventa, em 1998, que se tornou numa das atrizes preferidas dos portuguesas no papel de Lucinda, a empregada doméstica na série televisiva Médico de Família, que esteve no ar três anos. Nesse momento de ascenção na sua carreira, fundou a produtora Toca dos Raposos com José Raposo (com que estava casada desde 1985 e de quem se separou em 2008).

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Foto: João Miguel Rodrigues / Correio da Manhã

Fez breves passagens pelo Cinema, em Amo-te Teresa, de Ricardo Espírito Santo e Cristina Boavida (2000), Telefona-me! (2000), de Frederico Corado, Call Girl (2007), A Mãe é que Sabe (2016) e o mais recente, Submissão (2019), de Leonardo António, pois amava a televisão e nunca se descolou dos grandes papéis nas telenovelas.

Ao longo dos anos participou em telenovelas como Jardins Proibidos (2000-2001), Feitiço de Amor (2008-2009), Mar Salgado (2014-2015). Foi coprotagonista em Paixão (2017-2018) e protagonista em Golpe de Sorte (2019-2020). Era imparável na sua dedicação ao trabalho, os amigos e colegas recordam-na como "eterna", e um "ser humano extraordinário". Estava a gravar A Serra, a nova telenovela da SIC, quando se sentiu mal e foi levada para o hospital de emergência. Deixa um vazio na representação e na televisão nacional, assim como no coração de todos os que a amavam. Tinha dois filhos, Miguel e Ricardo Raposo, filhos de José Raposo. Desde 2012 que estava casada com o músico João Soares.

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