Mais uma polémica. Nova adaptação de "Branca de Neve" banida no Líbano
A nova adaptação do clássico da Disney não parece ter tréguas. Depois de as posições políticas das atrizes principais terem tomado conta do debate nas redes sociais, o filme foi banido das salas de cinema libanesas devido à presença de Gal Gadot nas listas de boicote a Israel. A Máxima explica-lhe todas as controvérsias de "Branca de Neve".
16 de abril de 2025 às 17:47 Maria Salgueiro / Com Rosário Mello e Castro
Na imprensa internacional, já se fala em maldição. Depois das várias contorvérsias que foram fazendo correr tinta ao longo dos últimos meses, o novo live-action de Branca de Neve foi agora banido das salas de cinema no Líbano. A decisão foi ordenada pelo Ministro do Interior libanês, Ahmad Al-Hajjar, devido à presença de Gal Gadot — que interpreta a Rainha Má — na lista de boicote a Israel, onde a atriz figura desde há muito. A decisão acontece enquanto Israel continua a sua ofensiva militar contra o Hezbollah, que já resultou na morte de centenas de civis.
Este está longe de ser o primeiro contratempo que a produção enfrenta. As polémicas em torno desta nova versão do clássico de 1937 começaram com as reações à etnia de Rachel Zegler, de descendência colombiana, quando foi selecionada para ser a nova princesa da Disney. "O nome do filme é 'Branca' de Neve, okay?!", contestou no YouTube o comentador político norte-americano Ben Shapiro.
A própria postura de Zegler, de 23 anos, foi considerada "demasiado woke" e "pouco grata" pela oportunidade. Sobre o filme original (baseado no conto dos irmãos Grimm, de 1812), comentou em entrevista ao Extra TV que este tinha "um foco grande numa história de amor [da princesa] com um homem que a persegue, literalmente". Noutras entrevistas, considerou o filme "datado" no que diz respeito à representação das mulheres, comentários que foram mal recebidos pelos fãs da história original.
A voz política da atriz também esteve no centro das controvérsias — e em oposição direta à de Gadot, sua arqui-inimiga no filme e, especula-se, possivelmente também na vida real. Quando o trailer de Branca de Neve estreou em agosto do ano passado, Zegler, que se descreve publicamente como sendo "pro-Palestina", agradeceu aos fãs através de um post na rede social X, terminando com a mensagem: "Lembrem-se sempre, libertem a Palestina." Gadot, por seu lado, serviu nas Forças de Defesa de Israel, é pro-Israel, sionista (isto é, defende a autodeterminação de um Estado próprio para os judeus na Palestina) e tem usado a voz para se posicionar contra o Hamas em várias das suas aparições públicas.
Os dois lados desta guerra cultural geraram tanta polémica nas redes sociais que a Disney optou por reduzir significativamente o acesso ao evento de estreia, que aconteceu no mês passado, em Los Angeles. A imprensa não pode entrar, salvo um grupo seleto de fotógrafos, de forma a evitar perguntas desconfortáveis que pudessem agravar a narrativa em torno da produção.
Os incontornáveis Sete Anões também não se escaparam às críticas. Ainda em 2022, depois de a Disney anunciar a nova adaptação, Peter Dinklage, ator de A Guerra dos Tronos, considerou o projeto politicamente incorreto quando enquadrado na paisagem cultural atual. "Uma história retrógrada sobre sete anões a viverem juntos numa cave", comentou no podcast WTF. "Não terei feito nada para avançar a causa? Se calhar não falo alto o suficiente."
Em reação aos comentários de Dinklage, a Disney resolveu abordar os Sete Anões de uma forma diferente, apresentando personagens geradas por computador. A decisão recebeu uma nova onda de críticas, desta vez por parte da comunidade de pessoas que sofrem de nanismo em Hollywood.Dylan Postl, ator pertencente a este grupo, expôs o problema em 2023, no programa do apresentador britânico Piers Morgan: "Não posso concorrer aos papéis de Harrison Ford ou de George Clooney porque não são para mim. Estes papéis de anões [em Branca de Neve] teriam sido para pessoas da minha estatura", lamentou. "Agora imaginem todos os duplos de acrobacias e de corpo que seriam necessários. Estamos a falar de múltiplos atores da minha estatura que perdem a oportunidade de ter estes papéis relevantes."
A adaptação do bestseller de Colleen Hoover ao cinema tem sido rodeada, desde o início, de alguma polémica. Desde a forma como o filme é promovido à suposta tensão entre os atores, fomos descodificar este assunto.
A atriz norte-americana revelou, através de um processo judicial, uma campanha coordenada para manchar a sua reputação pública e silenciar denúncias de má conduta durante as filmagens de "It Ends With Us".