O caso está a abalar o mundo, depois de levantar uma onda de choque e indignação no México. Esta terça-feira, 13 de maio, Valeria Márquez, modelo e criadora de conteúdos, foi assassinada durante um livestream no TikTok. Tinha 23 anos. O ataque aconteceu no seu salão de beleza, Blossom the Beauty Lounge, no estado de Jalisco, no México. Os paramédicos chegaram rapidamente para socorrer, de acordo com a imprensa mexicana, mas não havia nada a fazer. Valeria foi declarada morta no local.
Nas suas contas de TikTok e Instagram, acumulava mais de 200 mil seguidores, com os quais partilhava conteúdos sobre moda, beleza e cuidados pessoais. Em 2021, conquistou o título de Miss Rostro Guadalajara, distinção que lhe valeu colaborações com marcas de roupa, joias e maquilhagem.
No momento em que foi morta, Valeria estava a fazer uma vídeo em direto, sentada em frente a uma mesa, a segurar um peluche, quando comenta com alguém no fundo "estão a chegar". "Hey, Vale", ouve-se, de seguida, uma voz chamar. "Sim", responde Márquez, sorridente, antes de tirar o som do livestream. Imediatamente a seguir, é atingida por um tiro no peito. Seguiram-se dois na cabeça.
Momentos depois, uma mulher é vista a segurar no seu telefone, mostrando a cara por breves instantes, antes de terminar o livestream. Durante a mesma transmissão, Valeria havia comentado que alguém teria tentado, sem sucesso, entregar-lhe no salão um "presente caro", parecendo mostrar-se inquieta em relação à situação.
Jalisco é considerado um dos estados mais violentos do México, assombrado pela influência do cartel Jalisco Nueva Generacion. O principal suspeito do homicídio é Ricardo Ruiz Velasco, líder de um grupo armado com ligações ao mesmo grupo criminoso, que manteve uma relação amorosa com a vítima durante vários meses, ao longo dos quais se mostrou ciumento e arreliado com os presentes caros que esta recebia dos seus fãs.
De acordo com fontes oficiais do México, a polícia está a conduzir a investigação como um caso de femicídio, um tipo de violência de género que inclui abusos sexuais e crimes de ódio onde o corpo da vítima é largado num espaço público. O México, a par do Paraguai, Bolívia e Uruguai, tem a quarta taxa de femicício mais elevada da América Latina, com 1.3 mulheres para cada 100 mil em 2023, de acordo com as Nações Unidas.