Vamos falar sobre saúde mental
O festival Mental decorre em novembro entre Lisboa e Porto.
Filip Swirski, o autor principal do estudo do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos, explicou que se trata de um mecanismo biológico em que uma hormona no cérebro, a hipocretina, controla a produção de células inflamatórias na medula óssea e ajuda na proteção dos vasos sanguíneos, evitando lesões.
"Este mecanismo anti-inflamatório é regulado pelo sono e diminui quando o sono é frequentemente perturbado ou perde qualidade", confirmou o investigador.
Como conta a Nature, foram analisados ratos geneticamente modificados para desenvolverem aterosclerose, uma doença na qual a gordura se acumula nas paredes das artérias, dificultando o fluxo do sangue. Os ratos estavam divididos em dois grupos: metade teve um padrão irregular de sono enquanto a outra metade não. O grupo que foi privado de dormir bem demonstrou, com o passar do tempo, maiores lesões nas artérias e os seus corpos produziram mais células inflamatórias no sistema circulatório. Deste modo, produziram menos hipocretina, hormona vital na regulação do sono.
Aos ratos com aterosclerose e com perturbações no sono, foi-lhes dado um suplemento de hipocretina. Neste caso, os cientistas observaram uma diminuição na produção de células inflamatórias e o desenvolver de lesões mais pequenas nas artérias.
O estudo concluiu que a perda de hipocretina durante noites mal dormidas leva à inflamação das artérias e a aterosclerose. Contudo, os investigadores sublinham que será preciso aprofundar e aplicar o estudo a humanos de forma a chegar a dados mais concretos.