Depois de tantos meses à espera, pensar-se-ia que os primeiros dias do bebé seriam vividos por todos com emoções fortes, todas elas positivas e de extrema alegria. No entanto, nem sempre é assim. É frequente que a recém-mãe se sinta triste e insegura, devido ao conflito emocional provocado pelas alterações hormonais sofridas nesta fase. Após o parto, cerca de 50 por cento das mulheres passam por uma leve depressão conhecida por baby blues. Uma das principais causas da depressão pós-parto é a diminuição súbita das hormonas: os estrogénios e a progesterona. Esta situação surge normalmente entre o segundo e o sétimo dia após o parto e geralmente desaparece ao fim de duas semanas. O baby blues caracteriza-se pela existência de uma tristeza inexplicável, labilidade emocional (choro fácil), irritabilidade e insegurança para cuidar do recém-nascido.
Se durante nove meses, a mãe foi o centro de todas as atenções, após o nascimento do bebé ela passa para segundo plano, ocupando o recém-nascido o lugar de destaque. Por isso, não são raras as vezes em que a mulher tem alguma dificuldade em adaptar-se a uma série de novidades que chegam juntamennte como o novo elemento da família.
Existem formas de tentar minimizar esta situação, pelo que a recém-mãe deve: sair de casa para passear, de preferência, deixando o bebé com alguém de confiança; arranjar-se e evitar andar o dia inteiro de robe; aproveitar para dormir quando o bebé dorme, para evitar sentir-se tão cansada; encomendar um jantar e preparar um ambiente romântico.
Em situações mais graves, em que a tristeza se mantenha por mais de um mês acompanhada de insónias, falta de apetite, de sentimentos de conflitualidade e até, por vezes, da rejeição do recém-nascido, a depressão pós-parto (psicose puerperal) pode exigir tratamento médico adequado, nomeadamente antidepressivos.