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"Ando sempre com mil pensamentos na cabeça. O que posso fazer?"

Teresa, 38 anos, Lisboa, podia ser qualquer uma de nós. A psicóloga Catarina Rivero responde a esta questão recorrente nas nossas vidas.

Foto: Bruno van der Kraan / Unsplash
12 de agosto de 2020 às 07:00 Catarina Rivero
Ando sempre stressada com mil pensamentos a inquietar-me. Ora preocupada com os filhos, ora a casa, ora o trabalho, as tensões com o chefe, e tantas coisas. São poucos os momentos em que consigo relaxar, sempre em correrias e a pensar que me esqueci de alguma coisa ou que algo não vai correr bem. Como fazer PAUSA nos pensamentos que não param? 
 
Cara Teresa, a correria de todos os dias trazem efetivamente múltiplas inquietações e preocupações e nem sempre conseguimos o ritmo ótimo para a gestão de um quotidiano que nos garanta alguma serenidade e bem-estar.
 
Pensamentos ruminantes e repetitivos sobre o que aconteceu (ou deixou de acontecer) são comuns, bem como as preocupações (ou pensamentos catastróficos face ao futuro), e muitas vezes associados a situações de ansiedade ou depressão. Tornam-se preocupantes sobretudo quando tal não permite um sono reparador, e/ou tem implicações negativas na gestão do quotidiano, seja nas relações familiares e sociais, seja nas tarefas de casa ou, naturalmente, no desempenho profissional. Se sentir que tal está de alguma forma a ser incapacitante, pedir ajuda de um psicoterapeuta pode ser essencial.
 
Todavia, muitas vezes os pensamentos incomodam, mas não incapacitam e, neste caso, é tempo de os gerir e prevenir o seu agravamento. Neste sentido, é importante encontrar soluções para um quotidiano em que seja possível relaxar e usufruir do momento presente, em que o bem-estar é garantido que a nível individual, quer nas relações com os demais.
 
Ficam algumas sugestões, a experimentar:
 
A agenda pode ser um excelente aliado de mais bem-estar. Planear a semana, num momento de maior sossego, pode ajudar a definir o tempo para o trabalho (especificando as tarefas pendentes e quando lhes dar resposta), o tempo para os filhos (ajuda nos trabalhos de casa, banhos, eventuais consultas e, claro, tempo para brincadeiras), no caso de estar em casal é também de definir o tempo e espaço para estarem a dois (um jantar, um serão, um final de tarde é revitalizante), tempo para si (descanso, atividades gratificantes ou tão só respirar), bem como para estar com familiares e amigos.
 
Fazer exercício físico é algo que tem sido muitas vezes apontado pela investigação como um fator de bem-estar. Reduz situações de stress e ansiedade, para além de contribuir para a saúde física. Corrida, yoga, ginásio, bicicleta ou caminhadas. Algo que goste e, claro, a incluir na agenda.
 
Relações sociais são também ótimos aliados da nossa saúde emocional. Estar com amigos e familiares, rir e/ou desabafar. Manter-se ligada a quem mais gosta é também algo que lhe permite respirar e parar os pensamentos negativos.
 
Atividades de lazer ajudam também a relaxar: desenhar, ler, pintar, escrever, fazer tricot, jardinagem, tocar um instrumento, cantar num coro, ou outra atividade… encontrar o seu espaço de criar e se envolver em algo que verdadeiramente gosta.
Escrever sobre as principais preocupações presentes e possíveis soluções pode ser de grande ajuda. Distinguir o desagradável (os problemas) do fim-do-mundo (parece que não vai acontecer!). E lembre-se: para cada problema, haverá sempre uma ou mais soluções. Se não tem solução, não se trata de um problema, mas de um facto com o qual terá de lidar e integrar (mesmo que seja desagradável).
 
Escrever diariamente, antes de dormir, três momentos positivos de cada dia tem sido um exercício muito recomendado por investigadores da área da Psicologia Positiva, ajudando a minimizar pensamentos negativos e situações de ansiedade.
 
Muito importante ainda é manter um quotidiano com sentido. Viver de acordo com o que acredita, seja a partir da família, comunidade, religião, política, valores sociais e/ou culturais. Sentir que os seus dias têm um propósito pode ser um ótimo aliado de mais serenidade.
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