Cinema: os imperdíveis do mês
O que ir ver às salas de cinema portuguesas, este mês? Estes são os destaques no grande ecrã a não perder.
OS FILMES
Elas estão de volta!
Em julho voltamos a cantar de pulmões abertos os êxitos dos ABBA na sequela Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo!, com Amanda Seyfried, Meryl Streep e Lily James como leading ladies. O filme, que conta com a atuação de Cher, faz uma viagem até ao passado para descobrir como Donna (Meryl) conheceu os possíveis pais de Sophie (Amanda) e a história de ambas é contada em paralelo (estreia a 19 de julho).Num outro contexto, a biografia da escritora britânica do século XIX Mary Wollstonecraft Godwin (autora do romance gótico Frankenstein), bem como da sua controversa história de amor com Percy Blysshe Shelley, é levada ao grande ecrã pela cineasta Haifaa Al-Mansour, no filme Mary Shelley. Elle Fanning foi a eleita para vestir a pele desta mulher feminista e determinada e contracena com Maisie Williams e Ben Hardy (28 de junho). No filme de ação e ficção científica Hotel Artemis, Jodie Foster é a enfermeira-chefe à frente de um hospital para criminosos, em Los Angeles, no ano de 2028. É a estreia de Drew Pearce como realizador e o regresso da carismática Foster ao grande ecrã, após cinco anos de ausência (a 5 de julho). Num registo igualmente ‘criminal’, a história da ascensão e queda do famoso barão da droga colombiano Pablo Escobar Gaviria (Javier Bardem), fundador do cartel de Medellín, é contada em Amar Pablo, Odiar Escobar pela sua excêntrica amante, a jornalista Virgínia Vallejo (Penélope Cruz). O filme, que passou pelo Festival de Veneza e pelo Festival de Toronto, é dirigido pelo premiado realizador Fernando Leon de Aranoa, conhecido por se debruçar sobre dramas sociopolíticos (a 12 de julho). Aclamado pela crítica e escrito e realizado por Paul Schrader, um dos precursores do cinema moderno, First Reformed coloca Ethan Hawke no papel de Ernst Toller, um pastor a liderar uma igreja holandesa a norte de Nova Iorque. Com uma vida atormentada pela morte do filho, Toller vê-se a braços com o perigo neste thriller quando uma discípula grávida (Amanda Seyfried) lhe pede para ajudar o marido, que é ambientalista radical (estreia a 12 de julho). Uma protagonista nata, Saoirse Ronan contracena com Billy Howle no filme Na Praia de Chesil e ambos dão contornos trágicos a uma história de amor passada em 1962 em torno de um casal recém-casado que passa a lua-de-mel numa praia deserta, em Dorset. É uma adaptação de um romance de Ian McEwan que nos fala, acima de tudo, da repressão sexual antes dos Swinging Sixties (a 26 de julho).
O DOCUMENTÁRIO
Querida Whitney
Um documentário chocante revela a verdade sobre a vida trágica de Withney Houston. Com estreia mundial marcada para 6 de julho, Whitney, realizado pelo premiado realizador escocês Kevin Macdonald, descobre pormenores inéditos da vida trágica da cantora. Macdonald conseguiu apurar que Whitney e um dos irmãos, Gary, foram vítimas de abuso sexual quando eram crianças por parte de uma prima, a cantora Dee Dee Warwick (assumidamente lésbica e falecida em 2008, aos 63 anos), irmã de Dionne Warwick. Além disto, o documentário revela o facto de Whitney poder ter sido lésbica ou bissexual. Ter de recalcar tudo isso pode ter contribuído decisivamente para o descalabro da cantora que conheceu a fama e a fortuna. Neste que é o segundo documentário sobre Withney Houston, em dois anos, o realizador tenta responder às perguntas que a voz do gospel, da soul e do R&B deixou sem resposta, numa vida marcada por abusos de álcool e de cocaína e que terminou abruptamente em 2012, quando foi encontrada na banheira do Hotel Beverly Hilton, em Los Angeles, já sem vida. O documentário teve origem porque Nicole David, a agente de Houston, sempre desconfiou que algo de muito grave tinha acontecido no passado da cantora e que precisava de saber a verdade. Macdonald declarou que pretendeu devolver a dignidade perdida de Whitney com o seu documentário, que é produzido por Pat Houston, mulher de Gary Houston. É um documento trágico que termina, de forma apropriada, com a voz de Whitney Houston a interpretar I Have Nothing.
OS CLÁSSICOS
Celebrar Bergman
A 14 de julho de 1918 nasceu Ingmar Bergman, um dos génios do Cinema. Num tributo ao cineasta e dramaturgo sueco, que completaria 100 anos este ano, a Taschen publica uma reedição especial do premiado livro The Ingmar Bergman Archives. Antes da sua morte, em 2007, Bergman deu à Taschen (e à sueca Max Ström) acesso exclusivo aos arquivos da Bergman Foundation: de fotografias inéditas a entrevistas nunca antes reveladas fora da Suécia, que figuram, agora, nas páginas desta bíblia cinematográfica. Uma viagem pela vida e obra de Bergman, o livro mapeia as 50 obras-primas do Cinema por si escritas, produzidas e realizadas, numa carreira que atravessou 60 décadas. Em última análise, e como premissa transversal a todas as páginas de The Ingmar Bergman Archives, a obra celebra a capacidade que o cineasta sueco teve para, em cada filme, mostrar ao mundo como o ser humano se define a si próprio em filmes como O Sétimo Selo (1957) ou Morangos Silvestres (1957) ou como interage com aqueles que ama em êxitos como A Máscara (1966), Cenas da Vida Conjugal (1973) ou Fanny e Alexander (1982). À venda por €60, na Taschen.
NO CINE SOCIETY
Sob as estrelas
As sessões de cinema ao ar livre da Cine Society regressam aos terraços de Lisboa e de Cascais, até 31 de outubro. Nas telas instaladas nos terraços do Topo Chiado, em Lisboa, e do Blue Bar do Hotel Baía, em Cascais, vamos poder rever êxitos como Pulp Fiction, Grease, Dirty Dancing, Meia-Noite em Paris, A Vida de Pi, Mamma Mia ou Her. Cada bilhete (€12) inclui um lugar sentado onde é disponibilizado um par de headphones para nos alhearmos dos sons da cidade. Também é possível alugar um sofá para três pessoas (€36) ou para cinco (€48). Programação disponível em tickettailor.com/events/cinesociety.