No último sábado, 25 de maio, a vida acabou para Verónica Rubio uma mulher de 32 anos, casada e com dois filhos. Verónica Rubio decidiu suicidar-se depois do seu marido tomar conhecimento de um vídeo de sexo em que aparecia ter sido partilhado no Whatsapp.
A origem do conteúdo é desconhecida, mas terá sido através de um colega de trabalho e ex-companheiro de Verónica – com quem já havia terminado há cinco anos, que partilhou o vídeo pela rede social com os demais funcionários da empresa Iveco, em Madrid, chegando a 2500 pessoas.
Depois disso, os assédios passaram a ser constantes. Apontavam para ela, riam, e falavam abertamente "esta é a rapariga do vídeo". Um colega de trabalho disse ao El País que a situação tomou proporções graves e que isso foi muito pesado para Verónica. "Eu lembro-me que na última quarta-feira a vi chorar. Muitos de nós já vimos o vídeo, ele estava a circular nos grupos do WhatsApp. Foi tão difundido que até chegou a mim através de pessoas de fora da empresa", comentou a mesma fonte ao jornal.
Ainda de acordo com o El Pais, o suicídio está a ser investigado pelo Ministério Público e pode enquadrar visualizadores e propagadores do conteúdo como co-autores de crime contra a privacidade. Contudo, a central sindical Comisiones Obreras (CCOO) revelou a apresentação de uma queixa contra a construtora de camiões junto da Inspecção do Trabalho, apontando omissão em relação as medidas necessárias de protecção de uma funcionária alvo de crimes de natureza sexual, já que a Iveco tinha conhecimento da divulgação do vídeo, como explica o jornal Público.
Em Portugal, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), enquadra o cyberbullying como uma forma de bullying cometido através da internet e das novas tecnologias, devendo a vítima denunciar sempre que possível. Neste caso, é importante gravar e guardar os conteúdos discriminatórios e dirigir-se a um dos Gabinetes de Apoio a Vítima, ou enviar email para apav.sede.@apav.pt. O contacto por telemóvel está também disponível, mas apenas nos dias úteis, das 10h às 17h, no número 707 200 077.