"Monopolis". Um mergulho no imaginário urbano de Ana Aragão
Na vibrante galeria Underdogs, a artista apresenta a sua primeira exposição individual depois conquistar públicos em Londres, Tóquio, e em prestigiadas instituições como o Museu do Oriente e a Casa da Arquitetura.

Monopolis, título da exposição, remete-nos imediatamente para o célebre jogo de tabuleiro, onde regras e disputas de poder são a norma. Aragão utiliza este paralelismo para explorar a dinâmica urbana contemporânea, representando-a numa vasta parede forrada com desenhos de cidades imaginárias por construir. Estes desenhos servem como um manifesto que reivindica o espaço da imaginação, propondo uma reflexão profunda sobre como concebemos e vivemos os nossos ambientes urbanos.


As cidades imaginárias de Ana Aragão baseiam-se no funcionamento do jogo de tabuleiro Monopoly, onde para adquirir uma casa é necessário avançar várias posições, e para vencer é necessário levar os outros à falência. Este cenário lúdico é utilizado pela artista para abordar questões sérias como a precariedade habitacional, os espaços mínimos e partilhados, e a especulação imobiliária que beneficia apenas os "verdadeiros homens da cartola".

As representações de Aragão, desenhadas com um rigor quase arquitetónico, lançam questões provocadoras: Será que o futuro já chegou? E será ele distópico ou utópico? As casas-cápsula e os espaços urbanos imaginados levantam estas interrogações, convidando o público a refletir sobre a realidade e a ficção, o presente e o futuro.

Nas palavras de Ana Aragão, "a casa não é só o habitáculo do corpo, mas também o da imaginação", afirma num comunicado. Este pensamento está presente em toda a exposição, onde as cidades, embora desprovidas de corpos humanos, vibram com uma pulsação que revela a intimidade e as emoções dos seus possíveis habitantes. As obras de Monopolis não são apenas representações estáticas; são convites a uma experiência prática e emocional, desafiando-nos a reconsiderar o que significa habitar um espaço.

Monopolis é mais do que uma simples exposição, é uma reflexão incisiva e poética sobre o estado das nossas cidades e do espaço pessoal em 2024. Ao visitar esta mostra, o público é convidado a mergulhar na visão única de Aragão, onde a imaginação desafia a realidade e nos obriga a repensar o que significa realmente habitar um espaço. Em exibição entre 28 de junho e 10 de agosto de 2024 na Galeria Underdogs, na Rua Fernando Palha, 56, em Lisboa.

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