Gucci abandona calendário da moda e passa a ter duas coleções por ano
É oficial: a Gucci liberta-se da semana da moda de Milão. O anúncio foi feito por Alessandro Michele, diretor criativo da marca, na sua conta de Instagram.

O mundo está a mudar e os designers mudam com ele. É a vez da Gucci embarcar numa aventura a solo, deixando para trás a sua presença assídua nos desfiles anuais da Semana da Moda de Milão, o certame mais importante na moda italiana. "Vou abandonar o ritual antiquado da sazonalidade e dos desfiles para adotar um novo ritmo, mais próximo da minha necessidade criativa" escreve Alessandro Michele, diretor criativo da marca, na sua conta oficial no Instagram, onde anunciou a decisão.
De forma a "apresentar os capítulos de uma nova história" a Gucci apresentará duas coleções anuais, uma decisão que Michele justifica como sendo necessária para abrandar o ritmo veloz a que a indústria da moda se movia nos últimos anos, e também a pressão sobre as marcas para produzir novas coleções, esgotando a criatividade possível de qualquer designer. O criador evoca as "necessidades excessivas de eficiência que já não têm razão de ser", numa altura em que uma pandemia trocou as voltas à sazonalidade do calendário.



Tal como a Gucci, também a Saint Laurent anunciou, no final de abril, que se retirava do calendário parisiense tal como Valentino, que não integrará a Men’s Digital Fashion Week em junho próximo.
Mais recentemente, um grupo de mais de 180 profissionais da indústria da moda optou por desistir de apresentar uma coleção, com o atraso de seis meses provocado pela pandemia. O objectivo agora é oferecer vestuário sazonal. Um compromisso assumido por marcas como Dries Van Noten, Marine Serre, Proenza Schouler, Jil Sander ou Thom Browne. Uma lista que pode muito bem crescer. Como mudará a indústria da moda, depois desta pandemia, é a grande questão que se levanta.
