15 tendências que não deve largar em 2017
Normalmente o começo de um novo ano traz novas experiências. Mas, na moda algumas coisas não mudaram muito. Nós apresentamos 15 tendências que usou em 2016 e deve continuar a usar em 2017.
Fala-se de um novo feminismo, de uma nova geração de mulheres que quer mudar o mundo. "O conceito do que é uma mulher poderosa está a mudar. Estamos a assistir à abertura da definição de poder", avança Iza Dezon, investigadora de tendências na Peclers Paris, em entrevista à CNN. Dezon fala de uma tendência emergente, que está a ganhar cada vez mais força e visibilidade – aquilo que as redes sociais chamaram de modest movement, um termo que está a tornar-se viral e que já chegou às capas da Vogue Arábia e da edição norte-americana da Allure com uma das suas principais figuras, Halima Aden.
Com apenas 19 anos, Halima foi a primeira mulher a usar hijab num concurso de beleza norte-americano, em novembro do ano passado, quando concorreu ao prémio de Miss Minesota. Esta estação, já foi convidada para desfilar em Milão para a Max Mara, para Alberta Ferretti e para a Yeezy, a marca de Kanye West, em Nova Iorque. Também em 2016 a Dolce & Gabbana causou polémica ao lançar uma coleção de hijabs e abayas de luxo (a DKNY teve a mesma ideia dois anos antes e também a H&M fez uma campanha com uma modelo a vestir o hijab), mas há uma nova fase com maior dimensão e impacto, um movimento que não se reduz a coleções ou campanhas pontuais, nem à religião islâmica.
Nas passerelles temos assistido à criação de comprimentos maiores, a tocar o chão, e silhuetas mais largas, que não marcam o corpo. "As túnicas estão a substituir os tops curtos e as culottes são fotografadas mais vezes do que as saias coladas ao corpo. Mas a maior surpresa chegou com a coleção da designer Anniesa Hasibuan, da Indonésia, a primeira criadora a vestir todas as suas modelos com hijabs. Este desfile é o primeiro sinal evidente de que o modest movement está a chegar à indústria da moda e que não a vai deixar tão cedo", escreve a jornalista Azadeh Valanejad no artigo More is More: The Rise of The Modest Fashion Movement, que assina para a Vanity Fair.
Ainda que o termo modest movement tenha alguma conotação negativa, associada à desigualdade de género e a polémicas instauradas nos media relativamente ao uso (ou não) da burka islâmica, hoje a indústria parece estar a dar a volta aos preconceitos e a esquecer o passado para começar de novo. Não só por força das mulheres determinadas a fazê-lo mas também ? não sejamos ingénuos ? para seduzir um novo mercado em franca expansão. De acordo com um estudo publicado pelo State of the Islamic Economy Report, citado pela Vanity Fair, só em 2015 a comunidade islâmica gastou mais de 230 mil milhões de euros em moda. Não será por acaso que a Condé Nast acaba de lançar a Vogue Arábia e é natural que as marcas de luxo comecem a investir cada vez mais nestes mercados, que criem flagship stores nos Emirados Árabes Unidos e que alarguem as suas coleções, para que também as mulheres muçulmanas as queiram vestir.
Com as voltas que a indústria tem dado, sejam quais forem as razões que a move, as redes sociais já fizeram da tendência uma verdadeira revolução – há uma maior aceitação e diversidade. Tapar o cabelo e a cara com o hijab pode deixar de ter um significado cultural e religioso, transformando-se num acessório de moda, o que viria desmistificar (ainda mais) o seu uso.