Luís Buchinho: para o infinito e mais além
O criador português inspirou-se nas mulheres aviadoras pioneiras para criar a sua coleção outono/inverno 2019/20, que apresentou esta 4ª feira, em Paris.
"Hoje faço 20 anos em Paris, são 41 desfiles consecutivos. Esta aventura começou em março de 1999, quando toda a gente dizia que era impossível, eu teimosamente, vim para cá e nunca mais parei." Depois do desfile que aconteceu no dia 26 de fevereiro em Paris, Fátima Lopes estava visivelmente emocionada com o que este marco representa na sua carreira. Para celebrar duas décadas de apresentações em Paris a criadora madeirense decidiu inspirar-se em Portugal, "achei que estava na altura de elevar o orgulho e homenagear a minha terra. Tinha de ser Portugal." Foi também esta inspiração que levou a Fátima Lopes a apresentar a sua coleção na Embaixada portuguesa na cidade.
O desfile começou ao som da voz de Dulce Pontes e a banda sonora ficou a cargo de um DJ que acompanhou Fátima Lopes de Lisboa a Paris. A criadora explica que começa sempre a desenhar uma coleção do zero, "penso num tema e as coisas nascem." E desta vez, a inspiração no seu país refletiu-se em diferentes elementos. O preto e branco inspirado na calçada portuguesa, os azulejos, os verdes do mar e os sapatos dourados para representar o sol. Sedas, rendas e caxemira nos casacos são alguns dos materiais que compõem a paleta de texturas. Fátima Lopes descreve estas propostas como sofisticadas, mas pensada para ser usáveis, e diz ainda que esta é "talvez a minha melhor coleção de sempre."
Fátima Lopes conta que quando saiu "da Madeira com o sonho da moda, o meu sonho era Lisboa, mas quando cheguei a Lisboa comecei a perceber que era possível ir mais além." Decidiu então ir apresentar as coleções em Paris e estreou-se em março de 1999. "Eu não sabia o que ia acontecer. As pessoas diziam 'impossível!' à boa maneira portuguesa. Nós somos os desenrascas, mas também achamos que nada é possível. Eu acho que tudo é possível." A criadora diz que sempre foi orgulhosamente portuguesa desde o início e que na altura se referiam a ela como "la créatice portuguaise". Hoje sente que já faz parte deste evento de moda e afirma mesmo que os desfiles que apresenta em Portugal e em Paris são os mais importantes do seu calendário anual.