A tenda gigante montada nos jardins do Museu Rodin, em Paris, foi decorada com referências a Alice no País das Maravilhas, a primeira pista de que esta seria uma coleção que nos levaria para outros mundos. Maria Grazia Chiuri quis explorar a beleza do subconsciente, recuperando as ideias de Freud e a estética do surrealismo, numa coleção dramática e dominada pelo preto.
Foto: Getty Images23 de janeiro de 2018 às 18:30 Andreia Rodrigues
Inspirada no Norte de África e na mistura entre as culturas europeias e africanas, a Schiaparelli criou uma coleção em que silhuetas fortes jogam com texturas infinitas e padrões étnicos e vibrantes. O resultado é leveza e transparência e transporta-nos para as margens do Nilo e para terras longínquas.
O criador italiano trouxe um conto de fadas para Paris, entre a couture mais extravagante e os seus habituais vestidos de princesa, incluindo algumas versões mais curtas, com detalhes em pele e renda e outras curtas à frente e compridas atrás. As estrelas do desfile foram os três vestidos finais, em chiffon e tule, cada um mais opulento do que o anterior, em cor de pêssego, lima e rosa algodão doce.
Já sabíamos que Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da maison, gosta de mulheres fortes, e este desfile voltou a mostrar-nos porquê. A designer recuperou algumas das artistas mais marcantes dos anos 60 e deu-nos uma série de looks carregados de cor e brilho.
A nova coleção da designer italiana é hiperfeminina e repleta de peças sofisticadas e fluidas, bem como algumas mais estruturadas, que captam o lado romântico de Alberta Ferretti. “A minha mulher é poética, adora leveza”, disse a designer ao site da Vogue norte-americana. Não diríamos melhor.
A nova coleção do designer é feita de combinações improváveis, como um vestido comprido em chiffon de seda aliado a um bomber jacket ou uma T-shirt desportiva usada com uma camisa às riscas. As propostas de meia-estação apostam ainda em padrões e cores fáceis de usar no dia a dia que resultam num glamour espontâneo, clássico e confiante.
O criador transportou-nos para a Paris dos eufóricos anos 20 - jazz, felicidade e a esperança do pós-guerra a borbulhar. Tão sofisticadas como sedutoras, as mulheres de Elie Saab usam vestidos longos e elegantes, em materiais como renda, tule, cetim e seda, sobressaindo os tons pastel.
Hamburgo, terra natal de Karl Lagerfeld, recebeu uma coleção monocromática inspirada na cultura jovem da Alemanha nos anos 60. Bonés de marinheiro, calças palazzo em ganga riscada e casacos estruturados com influências militares vestiram mulheres andróginas e com atitude.
A primavera chegou mais cedo a Paris. Rosas, heras, jasmins e flores de todas as cores adornavam um cenário inspirado nos jardins franceses, ponto de partida para uma coleção que quis captar o momento de recomeço que se vive no país. Na passerelle, silhuetas hiperfemininas, vestidos florais, em tule ou cetim, e o icónico tweed da maison mais uma vez reinventado, agora em tons pastel.
O kaiser da moda quis recuperar a leveza e a fantasia francesas numa coleção repleta de flores e delicadeza. Nesta entrevista, explica porque é que a alta-costura é um dos grandes luxos de um designer de moda.
Jean Paul Gaultier quis homenagear o seu mentor, Pierre Cardin, e criou uma coleção de looks gráficos, inspirados nos swinging sixties e com peças a que chamou Twiggy, Pop, Yellow Submarine ou Cardinella. O desfile foi dominado pelo preto e branco, embora tenham surgido coordenados monocromáticos em vermelho, rosa, verde, azul e amarelo.