Já ouviu falar do modest movement?
Há uma nova revolução cultural e social a estilhaçar os preconceitos e os estereótipos da indústria, agora que o hijab deixou de ser símbolo exclusivo da cultura islâmica.
Hoje, em Paris, depois de reunir com Emmanuel Macron para discutir questões relacionadas com a educação em países em desenvolvimento (um problema que tem merecido a atenção da artista e que a levou a perguntar ao Presidente francês – via Twitter - e ainda no passado mês de junho, se França ia, de facto, contribuir para a causa), Rihanna foi fotografada ao lado da Primeira-Dama francesa, despertando a atenção da imprensa e do mundo. A cantora e Brigitte Macron vestiram a mesma peça, o blazer, em duas reinterpretações diferentes do power suit que este inverno encontramos nas passerelles, nas campanhas e nas lojas de fast fashion.
Brigitte Macron vestiu uma versão mais curta, slim fit, cortesia da Louis Vuitton. Rihanna sobrepôs várias camadas e roubou toda a formalidade ao fato Balenciaga (se é que as versões masculinas de Gvasalia ainda têm alguma) e deu-lhe, em troca, a descontração que hoje procuramos em qualquer coleção de Moda.
Não é uma questão de tendências: o blazer não pode ser ostracizado pela Moda porque é um dos essenciais do guarda-roupa. Mas esta temporada os criadores foram mais longe e (des)construíram a peça à medida da sua criatividade. Demna Gvasalia distorceu a silhueta clássica e tirou-lhe o género e a forma na coleção que criou para o inverno da Balenciaga e da Vetements. Também a dupla portuguesa Marques’Almeida reinterpretou o power suit, dando-lhe uma nova estrutura e um sopro de modernidade. Outros nomes que também seguimos com atenção, desde Off-White a Jacquemus, Dries van Noten, Alexander Wang e Ellery, não quiseram afastar-se da anatomia do blazer – mas deram-lhe o seu cunho e um papel de destaque nas suas coleções para a próxima temporada. É a peça que vamos querer usar e, se seguirmos as regras de estilo de Rihanna e Macron, não existem fórmulas certas - este inverno todas acabam por fazer sentido.