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Moda

Nuno Gama: “Se calhar não faz sentido ter um conceito de loja como tínhamos até aqui”

Será que a pandemia mudou a forma como compramos? E que impacto teve este ano na Moda nacional? O criador português Nuno Gama desenha hipóteses para o que aí vem.

Foto: Instagram @nuno.gama/André Chantre
11 de janeiro de 2021 às 08:50 Joana Moreira

Para Nuno Gama, o último ano terminou com a decisão de fechar a loja que mantinha no Chiado, em Lisboa. "Sem presente, mas sem desistir do futuro", escreveu aquando do anúncio do encerramento do espaço. Aos 54 anos, o criador olha agora para 2021 com "expetativa e, apesar de tudo, com alguma esperança e algum positivismo (...), acredito que as coisas tenham de se transformar de alguma forma", conta em entrevista à Máxima.

Para Gama, esta pandemia "obrigou-nos a reorganizar, a repensar. Se calhar andamos demasiado ocupados com uma vida que imaginamos desejável e depois só temos stresses e chatices e afins, quando se calhar precisamos todos é de ter mais tempo para nós e com isso até fazer menos poluição e mal ao mundo".

O designer justifica o fecho da loja com a mudança dos tempos. "Acontece que o mercado mudou. Nós tínhamos clientes que vinham às lojas com uma determinada expetativa de comércio, isto é, de oferta, produto, venda, uma série de coisas, que hoje em dia quase não existe. Antigamente, tínhamos negócio que sustentava [tudo isso] e hoje em dia não temos porque os clientes mudaram os seus comportamentos. Independentemente das pandemias, mudou o panorama, as pessoas estão a comprar cada vez mais na internet e isto veio mudar muito as nossas vidas", diz.

Gama não recusa a ideia de poder voltar a ter um espaço físico da marca, mas em moldes diferentes: "No futuro, se calhar não faz sentido ter um conceito de loja como tínhamos até aqui, (…) talvez um atelier-showroom, ainda que estas palavras estejam associadas a conceitos do passado, talvez tenhamos que inventar uma palavra nova para este conceito, um espaço em que eu trabalhe e, ao mesmo tempo, em que eu posso receber e atender os meus clientes que vão lá propositadamente. (...) Não preciso de estar aqui no Chiado, posso estar noutro sítio qualquer, de uma forma muito mais sustentável, concentrado, e assim ser mais feliz sem estar a stressar todos os dias porque não tenho clientes e [tenho de estar a pensar] como é que vou pagar, como é que vou receber, esse tipo de coisas", desabafa.

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