Alexandra Moura, que falou recentemente à Máxima juntamente com outros criadores portugueses sobre os desafios da pandemia para a moda nacional (desenhando hipóteses do que aí viria), não se deteve muito tempo em teoria. A criadora colocou mãos à obra e a mais recente oportunidade surgiu na semana de moda de Milão, onde revelou a sua nova coleção. Tudo digital claro, porque a Covid-19 ainda é uma realidade.
Relativamente ao seu processo criativo, é conhecida a relevância que o percurso da designer tem na sua marca homónima. Quem lhe tira as suas memórias, tira-lhe tudo. Ou quase. A sua infância e a as férias em Trás-os-Montes, por exemplo, foram uma época cheia de simbolismo para criações passadas.
Agora, para a coleção outono-inverno 2021/2022 a designer recorreu a vivências da altura em que era uma de estudante de Design e Moda no IADE, corria o ano de 1996. Desses tempos, resgatou as referências culturais que flutuavam nesse momento, tanto na música, como no cinema, como nas artes em geral.
Mais, Alexandra Moura trouxe para 2021 um mix de estilos e géneros dos anos 1990 onde a estética underground predominava, um ato puro de rebeldia numa coleção de denominou de "Subversão". Tratou-se, assim, de uma desconstrução total do processo de criação, onde o tipo de materiais, acabamentos e detalhes fizeram toda a diferença.
As peças aparecem viradas ao contrário, com costuras para fora ou bainhas inacabadas, onde o clássico "corte-e-cose" também é uma constante. Evidencia-se a sobreposição por camadas, numa dualidade onde cabem tanto cores pálidas como tons fortes e ácidos. O frenesim de contrastes é total e nem os estampados dos seus sketchbooks, com colagens e desenhos, ficaram de fora. Veja o vídeo e imagens da coleção completa aqui.